
A semana promete tensão no Supremo Tribunal Federal (STF), com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surpresa no banco dos réus pela primeira vez. De segunda (9) a sexta (13), a Primeira Turma inicia a etapa de interrogatórios no processo que investiga o suposto plano golpista contra a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
⚖️ Interrogatórios no centro do processo
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O relator Alexandre de Moraes, principal alvo político de Bolsonaro, assume hoje o comando do interrogatório. Além dele, a audiência contará com a presença do procurador-geral da República, Paulo Gonet, e dos advogados das defesas.
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Os réus — entre eles Augusto Heleno, Anderson Torres, Walter Braga Netto e o ex-ministro Alexandre Ramagem — ficarão lado a lado, sentados em ordem alfabética, em um ambiente que remete a um tribunal do júri.
🕵️ Mauro Cid, delator, abre o fogo
O ex-ajudante de ordens Mauro Cid, delator do grupo, foi escolhido para abrir os interrogatórios. A estratégia está prevista na lei para assegurar que os demais réus tenham ampla oportunidade de defesa — prática confirmada diz Vila-deck, professor de direito militar.
🎯 Crimes apontados pela PGR
De acordo com a denúncia, Bolsonaro e os demais respondem por:
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Golpe de Estado;
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Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
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Organização criminosa armada;
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Dano qualificado ao patrimônio público;
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Deterioração de patrimônio tombado.
Para o ex-diretor da Abin, Ramagem, foram mantidos apenas os três primeiros delitos.
🛡️ Direito ao silêncio e estratégia de defesa
Apesar do clima tenso, os réus têm direito ao silêncio. Entretanto, Bolsonaro negou que permanecerá em silêncio e incentivou os apoiadores a acompanhar ao vivo — ele chamou a audiência de “inquisição” e prometeu falar a verdade.
“Quando estiver ao vivo no Supremo … mostraremos para vocês o que é o Brasil” — afirmou.
📅 Cronograma em ritmo acelerado
A instrução segue com prazo curto entre etapas, o que tem sido alvo de críticas das defesas, que apontam risco de cerceamento e dificuldades de análise dos 77 terabytes de provas apreendidas pela Polícia Federal.
🎙️ O que está em jogo
O interrogatório marca o que pode ser o momento decisivo em um processo desenhado para ser julgado ainda neste ano, antes do início do calendário eleitoral de 2026. A expectativa é que o STF feche o caso enquanto as eleições ainda estão fora do radar, evitando interferências políticas.
⚖️ Passos da ação da trama golpista no Supremo, dos interrogatórios ao julgamento

**Cármen Lúcia, Luiz Fux e Flávio Dino não têm obrigação de participar das audiências
• A Primeira Turma do STF marcou sessões desta segunda-feira (9) a sexta-feira (13) para ouvir os réus. Os acusados serão chamados por ordem alfabética para prestarem o depoimento —única exceção é de Mauro Cid, que será o primeiro a depor por ser colaborador do processo.
• O primeiro a fazer perguntas será o relator do processo, ministro Alexandre de Moraes. O próximo será Paulo Gonet, chefe da PGR. Por último, a defesa do acusado e dos demais corréus podem fazer questionamentos.
• Os réus devem participar de todas as audiências marcadas para a semana. O ex-presidente Jair Bolsonaro será o sexto a falar.