SJP/AM e Fenaj repudiam incitações e agressões contra jornalistas no Amazonas

Ao perceber nossa equipe, o sindicalista Josildo Oliveira incitou a multidão contra nossa equipe. Disse que a nossa emissora não era bem-vinda ali, que todos éramos picaretas, comprados pelo Prefeito.#Blogdopavulo

A diretoria do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas – SJP/AM e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) emitiram nota de repúdio na segunda-feira, 04/06, contra dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus que agrediram e incitaram a população contra jornalistas durante cobertura da paralisação da categoria na capital.

Cinco profissionais em três situações distintas tiveram a segurança e integridade física colocadas em risco por conta das incitações feitas por dirigentes do Sindicato dos Rodoviários.

Cangaceiros urbanos 

Na Câmara Municipal de Manaus (CMM), duas equipes foram agredidas: o repórter Luciano Abreu e o repórter cinematográfico Orlando Jr, da TV Amazonas foram desrespeitados com xingamentos e agressões verbais; e o repórter José Augusto Souza e a repórter cinematográfica Nívea Salgado, sofreram ameaças físicas e agressões verbais, incitadas, via microfone, por dirigentes do movimento grevista. Um cone de trânsito chegou a ser lançado contra a equipe.

Sindicalista Josildo Oliveira líder do cangaço sindical ?

“Nossa equipe chegou à Câmara às 9h. Do lado de fora estavam uns 200 rodoviários, com lideranças num carro de som. Ao perceber nossa equipe, o sindicalista Josildo Oliveira incitou a multidão contra nossa equipe. Disse que a nossa emissora não era bem-vinda ali, que todos éramos picaretas, comprados pelo Prefeito. Foi quando os trabalhadores se voltaram contra nós, vieram para cima com xingamentos. Lançaram um cone de trânsito. Alguns se aproximaram para encostar na gente, foi quando me impus. A polícia militar chegou, fez um cordão de isolamento e nós saímos de lá”, conta o repórter José Augusto Souza.

No Terminal 4 (T4), o repórter cinematográfico Michel Castro, da TV Amazonas, também foi ameaçado com pedras por populares, incitados pelo movimento grevista.

“É muito importante que denunciemos e contabilizemos estes casos de desrespeito e de obstrução do livre exercício da profissão de jornalista. Primeiro porque o trabalho da imprensa é garantir as liberdades democráticas, de reivindicação, inclusive, de todas as categorias de trabalhadores. Era o momento aberto a este Sindicato de colocar suas pautas para a sociedade, elucidar o contexto precário trabalhista que a maioria das categorias está submetida. No entanto, desrespeitar o profissional que está no exercício de sua profissão é inadmissível e contraria quaisquer princípios esse tipo de prática irresponsável que incita a violência contra outros trabalhadores”, criticou a presidente do SJP/AM, Auxiliadora Tupinambá.