Quatro dos 15 candidatos ao Senado são evangélicos e não decolaram

Rio – Nas eleições de 2002 e 2010, quando a exemplo deste ano também estavam em jogo duas vagas ao Senado, os evangélicos tinham um representante competitivo: Marcelo Crivella (PRB), vencedor nos dois pleitos.

Desta vez, quatro dos 15 candidatos são ligados ao segmento religioso, patinam nas últimas pesquisas Ibope e Datafolha e correm o risco de ficarem de fora mesmo com a força de suas igrejas.

Em 2006, com apenas uma vaga na disputa, o atual vice-governador Francisco Dornelles (PP) virou em cima da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB) depois dela ter liderado todas as pesquisas.

Em 2014, com a briga também por uma cadeira, o ex-jogador Romário Faria (à época PSB) saiu vitorioso.

Arolde de Oliveira (PSD) e a família são proprietários do Grupo MK Comunicação.

O conglomerado conta com uma gravadora, uma rádio, uma editora e portais de informações, todos voltados para o mundo evangélico.

“A campanha começará a se decidir a partir da segunda semana de setembro com as propagandas eleitorais na TV e no rádio. Será uma eleição imprevisível”, avalia o hoje deputado federal e empresário.

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Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Arolde declarou ser o mais rico: R$ 6,6 milhões, que inclui quatro apartamentos, salas comerciais e R$ 400 mil em dinheiro vivo. No entanto, o Grupo MK Comunicação não aparece nominalmente na declaração de bens.

“Deve ter ocorrido algum erro. Vou ver com o partido. Mas está tudo declarado no meu imposto de renda”, justifica Arolde.

Em busca do segundo voto

Enquanto isso, a Igreja Universal do Reino de Deus tentará emplacar o senador Eduardo Lopes (PRB), outro que não decolou nas pesquisas. Ele só assumiu o cargo por ter sido suplente de Marcelo Crivella, eleito prefeito do Rio em 2016. Já na suplência de Lopes, aparece Jane, esposa de Crivella.

Candidato à Presidência da República em 2014, pastor Everaldo (PSC) é um dos líderes da Assembleia de Deus. Ele também concorrerá a uma das duas vagas ao Senado. Além Everaldo, tem o cantor, músico e compositor evangélico Mattos Nascimento, que acumula na carreira 28 discos gravados.

No Ibope e no Datafolha, Flávio Bolsonaro (PSL), Cesar Maia (DEM), Lindbergh Farias (PT) e Chico Alencar (PSOL) estão tecnicamente empatados na liderança.

“Com a crise do Rio, a campanha tem que ser com propostas. Nesse sentido, o eleitor terá uma margem de decisão no segundo voto que vai ser amplo ideológico e politicamente”, diz Cesar Maia.

“Há setores da esquerda que defendem a vinculação do meu nome com o do Chico Alencar. Não há nada oficial ainda. Mas haverá um manifesto de artista por isso”, revela Lindbergh Farias, que, como estratégia, tenta colar sua imagem a do ex-presidente Lula.