O candidato ao Governo do Amazonas, Wilson Lima (PSC) tentou impedir, mas não conseguiu, via Justiça Eleitoral, que a TV Band Amazonas mostrasse, nesta quinta-feira, que ele “fugiu” ao debate, previamente marcado e acertado, com o candidato Amazonino Mendes (PDT).
Durante 28 minutos, a emissora, como estava acordado em documento assinado no último dia 10, fez uma entrevista com Amazonino Mendes e mostrou a cadeira que estava reservada para Wilson Lima vazia.
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O debate na TV Band Amazonas foi acertado há oito dias.
Os representantes de Wilson Lima assinaram uma ata em que confirmavam sua presença e concordavam com as regras. Ontem, para não comparecer ao debate, ele alegou que as regras assinadas não eram claras.
A Ata concordando com as regras e confirmando a presença foi assinada pela representante de Wilson Lima, a jornalista Nina Teodósio Mansur.
Wilson Lima alegou que “em leitura atenta, é possível perceber que as regras determinadas a ditar o referido debate não se encontram tão claras”. No primeiro turno, o candidato não reclamou das regras da Band Manaus, quando se somou aos outros candidatos contra Amazonino Mendes. Desta vez, ele alegou que o pai da candidata a vice -governadora de Amazonino, Francisco Garcia Rodrigues, é sócio da Radio e Televisão Rio Negro Ltda.
Wilson Lima também alegou que é provável que o candidato Amazonino compareça ao debate já detendo conhecimento sobre os temas a serem abordados, oportunidade totalmente impossível a este candidato. As regras do debate eram claras e previam apenas perguntas entre os candidatos e perguntas de jornalistas a serem sorteadas entre os candidatos, o que não permitira saber antecipadamente para qual dos dois seriam feitas.
A regra previa também que, se um dos candidatos não comparecesse, o outro seria entrevistado pelo mediador da Band Amazonas, com o lugar vazio do faltoso sendo mostrado pelas câmeras. Por isso, Wilson Lima pediu para que o debate fosse cancelado, desta vez, pela primeira vez, na campanha, “fugindo” do confronto direto com Amazonino Mendes, num momento em que é atacado por ter afirmado que iria pagar indenizações a famílias de bandidos que se mataram no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em 2017, em Manaus.
Amazonino Mendes disse que respeitava a decisão judicial que suspendeu os últimos dois minutos do debate na Band Amazonas, mas a chamou de incoerente. Amazonino lamentou a ausência do adversário e classificou a decisão judicial como uma ameaça aos princípios democráticos. “É (uma decisão) estapafúrdia, mas você tem de respeitar as instituições. Eu acho um prejuízo para o exercício democrático. É visível, é claro. Eu lamento que o nosso país ainda precisa de algum tempo para se ajustar como um país democrático”, disse o candidato.