O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) informou nesta 5ª feira (24.jan.2019) que não tomará posse para o novo mandato. Reeleito com 24.295 votos, o congressista afirmou ter sofrido ameaças de morte.
Em seu perfil no Twitter, Wyllys afirmou que viverá fora do Brasil.
“Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores”, escreveu.
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Wyllys era o único deputado declaradamente homossexual. Seu suplente é o ativista LGBT David Miranda, casado com o jornalista Glenn Greenwald, editor do site The Intercept.
Preservar a vida ameaçada é também uma estratégia da luta por dias melhores. Fizemos muito pelo bem comum. E faremos muito mais quando chegar o novo tempo, não importa que façamos por outros meios! Obrigado a todas e todos vocês, de todo coração. Axé! ✊ https://t.co/Xy6SyDNXDy pic.twitter.com/Tf6SGmZFHq
— Jean Wyllys (@jeanwyllys_real) January 24, 2019
Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, nesta 5ª feira, Wyllys afirmou que está no exterior e não pretende voltar ao Brasil.
Disse ter sofrido ameaças de morte e que vive com medo. Desde a morte da vereadora Marielle Franco, também do Psol do Rio, em março de 2018, vive sob escolta policial.
“O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte, falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar”, disse.
De acordo com ele, também pesaram na decisão a informação de que familiares de 1 ex-PM suspeito de chefiar milícia investigada pela morte de Marielle trabalharam para o senador eleito Flávio Bolsonaro durante o mandato do filho do presidente Jair Bolsonaro como deputado estadual pelo Rio.
“Me apavora saber que o filho do presidente contratou no seu gabinete a esposa e a mãe do sicário”, afirma. “O presidente que sempre me difamou, que sempre me insultou de maneira aberta, que sempre utilizou de homofobia contra mim. Esse ambiente não é seguro para mim”.
O deputado afirmou ainda que seu partido, o Psol, reconhece que ele se tornou 1 “alvo” e apoiou a decisão de não retornar ao país.