Estarrecido com a saúde no Amazonas, o deputado estadual Wilker Barreto (PHS) protocolou, no início da tarde desta segunda-feira (11), duas representações no Ministério Público do Amazonas (MPE-AM).
Na ocasião, o parlamentar ainda teve acesso a documentos do órgão que relatam o caos na saúde do Amazonas.
Os dados, segundo o Humanista, são preocupantes.
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A primeira representação solicita que o MPE-AM fiscalize as demandas de medicamentos nos Hospitais e Prontos-Socorros João Lúcio (Coroado), Platão Araújo (Jorge Teixeira), 28 de Agosto (Adrianópolis) e Central de Medicamentos do Amazonas (Cema, na Praça 14 de Janeiro). O outro documento protocolado pelo parlamentar foi um pedido de apuração da morte de um homem em Santa Isabel do Rio Negro (846 km), que veio a óbito após não conseguir ser internado num pronto-socorro da Capital devido falta de leito.
“Estou espantado com a falta de planejamento de um governo que está praticamente 100 dias, a contar com a transição, analisando os casos. Não estou falando que a gestão passada não tem culpa, mas a partir do momento que a nova gestão assume, ela tem a responsabilidade. Estamos falando de medicamentos vitais, que com a falta deles tiram vidas. O pior de tudo é vir ao Ministério Público e saber que o problema está maior do que eu vinha apurando”, destacou Wilker, diante das informações obtidas pelas promotoras Silvana Nobre Cabral e Cláudia Maria Raposo.
“A Assembleia pode contribuir, pois é ela quem aprova os planos de saúde, fiscaliza a conta do Executivo e os deputados foram eleitos pelo povo para levantar essa bandeira de defesa da população. Então deve acompanhar todas as ações do Ministério Público com o objetivo de salvaguardar os interesses das pessoas”, disse Raposo.
Para Wilker, que é membro da Comissão de Saúde, é fato que o Governo cancelou procedimentos e deixou a saúde descoberta desde os primeiros dias de gestão. “O Governo precisa agir rápido e necessita fortalecer as regiões de polo, bem como desonerar a capital. É necessário repensar o sistema de saúde a partir do interior e a gestão deve conhecer com profundidade o planejamento e cobrar”, disse Barreto.
Ainda segundo Wilker, o Ministério Público está trabalhando com medidas cabíveis e aponta ação de execução em relação a todas as necessidades de hospitais, prontos-socorros e maternidades, listando necessidades de medicamentos e produtos.
“Nessa reunião, eu tive uma noção ainda maior do que está acontecendo e fiquei pasmo. Tive que escutar que a nota de empenho do remédio para Autistas está datado desde dezembro, mas que a Central de Medicamentos só tem previsão para a chegada do remédio daqui duas semanas. Isso é descaso. O fornecedor tem prazo de entrega e isto não está sendo cobrado. O Risperidona está prescrito nas policlínicas do Estado por conta da saúde mental, mas por negligência ou incompetência de gestão, as famílias estão sofrendo”, considerou o Deputado, ao informar que nesta terça-feira, 12, irá propor em plenário audiências e reuniões sobre o tema.