Doha – Em dezembro de 2019, o Flamengo alimenta a esperança de repetir o roteiro de 1981, como pede o seu povo, de novo.
A vitória por 3 a 1, de virada, sobre o Al Hilal-CAT, no Estádio Khalifa, garantiu a vaga na final do Mundial de Clubes do Catar.
À espera de Liverpool-ING ou Monterrey-MEX, que decidem nesta quarta-feira, às 14h30, um lugar na decisão. Independentemente do adversário, não será fácil colocá-lo na roda.
Afinal, o Rubro-Negro teve que suar a camisa para confirmar a classificação, com mais uma atuação arrasadora e decisiva de Bruno Henrique, com participação nos três gols.
Último clube comandado pelo técnico Jorge Jesus, antes do início da vencedora trajetória no Flamengo, o Al Hilal mostrou que aprendeu bem as lições deixadas pelo português.
Com jogadores experientes, como o colombiano Cuéllar, o italiano Giovinco, o brasileiro Carlos Eduardo, o peruano Carrillo e o francês Gomis, a equipe catari não deixou o rubro-negro jogar no primeiro tempo. O gol de Salem Al-Dawsari, aos 17 minutos, coroou a envolvente trama dos anfitriões.
À la Flamengo, o Al Hilal mandava no jogo, com intensidade, ótima trocas de passe e marcação encaixada. A atuação abaixo do tom lembrou o nervoso e pouco inspirado primeiro tempo contra o River Plate-ARG, na final da Libertadores. Quem estava arquibancada ou precisou driblar o horário do trabalho para acompanhar a semifinal, torcia pelo intervalo para Jesus corrigir os pecados cometidos pelo Flamengo.
As preces foram atendidas quase que imediatamente. Com uma nova postura, comportamental e tática, o Flamengo empatou o jogo no início do segundo tempo. Aos três minutos, Arrascaeta completou a belíssima iniciada por Gabigol e finalizada com a assistência de Bruno Henrique. Sim, guarde esse nome.
Seja superstição ou confiança no futebol de Diego, o Mister voltou a apostar no camisa 10. Assim como na vitória sobre o River Plate, o apoiador substituiu Gerson e foi peça-chave na virada. Foi dele o passe que abriu a defesa e encontrou Rafinha. O cruzamento perfeito terminou com o gol do iluminado Bruno Henrique, aos 32 minutos.
A dupla Diego/Bruno Henrique funcionou. Aos 38, o camisa 10 tabelou com o atacante, que chutou cruzado para o gol contra de Al-Bulayhi. Na final, o Flamengo é o primeiro sul-americano a virar um jogo de Mundial de Clubes e exorciza o fantasma que assombrou Internacional (2010), Atlético-MG (2013), Atlético Nacional-COL (2016) e River Plate-ARG (2018). 38 anos depois, o sonho de ganhar o mundo de novo continua vivo.