Manaus – AM – O Governo do Amazonas lançou, na manhã desta terça-feira (16/06), a Operação Curuquetê 2, articulada entre órgãos ambientais e de Segurança Pública, para combater o desmatamento ilegal e queimadas não autorizadas no estado.
A ação integrada acontece em articulação com a operação Verde Brasil 2 deflagrada pelo Governo Federal, por meio da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), para atuar no controle do desmatamento e queimadas na Amazônia.
O nome da operação faz alusão ao rio Curuquetê, situado no município de Lábrea, conhecido por ser rota comum de escoamento de madeira ilegal no sul do Amazonas, que terá atuação prioritária durante a Curuquetê 2. As ações do Estado vão ocorrer em conjunto com as Forças Armadas, para alcançar sobretudo as áreas federais, que reuniram 79{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} dos alertas de desmatamento, de janeiro a maio de 2020.
“Essa operação é realizada de forma integrada com todos os órgãos. Não iniciamos ‘correndo’, e sim dentro de um planejamento guiado pela doutrina de Comando e Controle. Ano passado nós tivemos efeitos muito positivos com apoio do Governo Federal e, agora, estamos ainda mais prontos para atuar de forma assertiva”, afirmou o secretário estadual adjunto de Planejamento e Gestão Integrada (Seagi), coronel Hermes Silva de Macedo.
As ações também serão direcionadas para a Região Metropolitana de Manaus, que concentra, junto aos municípios do sul do estado, o maior número de alertas de desmatamento e focos de calor, segundo explica o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira.
“Para se ter uma ideia, cerca de 97{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} dos desmatamentos estão concentrados no sul do estado, que é uma região que tem uma atividade maior do ponto de vista do uso do solo, com a atividade agrícola, enquanto a Região Metropolitana de Manaus reúne 1{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} dos alertas. As ações de Inteligência e o Plano Operacional executado em conjunto vão servir de orientadores para os órgãos atuantes, para que possamos, de forma mais imediata, conter a curva de desmatamento”, disse.
A segunda etapa da Operação Curuquetê está inserida no Plano de Prevenção e Combate ao Desmatamento e Queimadas no Amazonas (PPCDQ-AM), lançado no último 5 de junho. O Plano visa orientar a governança ambiental no biênio 2020-2022, com o objetivo de frear o desmatamento ilegal no Amazonas e incentivar, a longo prazo, o uso sustentável dos recursos naturais, com ênfase nas áreas críticas de desmatamento e queimadas.
A Operação Curuquetê 2 é executada de forma integrada pela Secretaria do Estado de Meio Ambiente (Sema); pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam); Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), por meio do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), com a participação de tropas da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Técnico-Científica, além da Defesa Civil.
Participam ainda, por meio da Operação Verde Brasil 2, o Exército Brasileiro, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), entre outras instituições.
Primeiras ações
O município de Humaitá foi escolhido como base da operação, que já recebeu equipes, a partir deste domingo (14/06), para o planejamento da dinâmica em campo. As primeiras ações estão voltadas para fiscalização em madeireiras que atuam no perímetro, segundo o diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente.
“Essa operação começa em um momento bem oportuno, que é exatamente esse primeiro ciclo de desmatamento no Amazonas. A ideia é combater o desmatamento, diminuir esses índices, para que possamos lá na frente diminuir também as queimadas, que acontecem geralmente após a segunda quinzena de agosto, com o fim do primeiro ciclo”, pontuou.
Além da base operativa, os Centros Multifuncionais do Sistema Estadual de Meio Ambiente em Apuí, Boca do Acre e Humaitá também servirão como núcleos de estratégia e inteligência para as equipes de combate envolvidas na operação.