A semana é decisiva para o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, que já dá mostras de que, se cair de fato, será atirando.
Hoje, pelo Twitter, Witzel anunciou que a Polícia Militar vai investigar a denúncia feita pelo ex-secretário de Saúde Edmar Alves dos Santos de que um sargento e um tenente o procuraram em busca de informações sobre a delação premiada, dez dias antes de ser solto. Um deles, segundo o ex-secretário de Saúde do estado, é ligado a um parlamentar fluminense.
Paira sobre a Alerj, ainda, a expectativa da revelação de gravações feitas por Edmar de conversas que teve com deputados. Assim como a investigação a ser feita pela PM, as gravações teriam o potencial de abalar a credibilidade dos parlamentares responsáveis por julgar se Witzel deve ou não ser afastado. Deputados tentaram minimizar o material e Rodrigo Amorim chegou a chamar as gravações de “arapongagem”. Mas, em princípio, não é ilegal registrar as próprias conversas, como fez o ex-secretário.
Ao mesmo tempo, o governador ganhou mais prazo para reverter a tendência favorável ao seu afastamento. Ao ir para as mãos do procurador-geral da República, Augusto Aras, o parecer sobre eventual cassação de liminar que suspendeu o processo de impeachment sairá na quinta-feira, em vez de estar pronto hoje, como inicialmente esperado.
O parecer seguirá para o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, a quem coube apreciar o pedido de cassação da liminar do ministro Dias Toffoli, presidente da Corte, que determinou a suspensão do processo e a abertura de outra comissão. Se Aras e Moraes optarem por suspender a liminar, faltarão três sessões para a votação pelo impeachment. Caso contrário, a Alerj mantém a pressa, mas formará uma comissão que fará as votações em sessões extraordinárias.
É um momento de pressa para o Legislativo do Rio e para Witzel.