Prefeito de Manaus some durante campanha politica

Com péssima administração e envolvimento de seu enteado em assassinato, Arthur não aparece na disputa nas eleições municipais em Manaus

Manaus – AM: Com obras para turista ver e sua família envolvida em assassinato durante a sua gestão, o prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB), não é visto durante a campanha eleitoral de 2020, pois o tucano está destruído moralmente, sem força política para dar apoio nessa corrida eleitoral.

Como foi reeleito em 2016, Arthur é impedido de disputar a eleição deste ano. O filho de Arthur é chefe da Casa Civil, deputado federal Arthur Bisneto (PSDB), é também inviável legal e eleitoralmente. Ele foi vice do senador Omar Aziz (PSD) na chapa ao governo do Amazonas em 2018, Bisneto é apontado como um dos fatores que causou a derrota. A dupla ficou apenas em quarto lugar, com 8{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} de votos.

Mais um fato que complica a vida do atual prefeito é o colapso que a população de Manaus enfrentou no sistema de saúde e funerário. Secretários envolvidos em escândalos da máfia dos caixões. Além de que Manaus foi a única cidade a enterrar os mortos da pandemia em valas comuns.

Arthur contraiu o coronavírus ficou internado no Hospital Adventista de Manaus, fato reportado pelo Laranjeiras News com exclusividade, mesmo os médicos dizendo que o prefeito já teria alta, foi transferido junto com sua atual esposa, Elisabeth Valeiko, para tratamento fora de Manaus.

Com 41 anos de carreira pública, Arthur está muito distante do auge como líder da oposição como foi nos governos de Lula, mas não virou totalmente uma peça fora do baralho. A vaga de prefeito de Manaus tem sido cortejada por algumas pré-candidaturas e pode servir como sobrevida para as eleições em 2022, a uma possível vaga de deputado federal ou no Senado.

Nos bastidores da política amazonense, interlocutores analisam a indicação da ex-secretária da pasta da Secretaria Municipal da Mulher Conceição Sampaio (PSDB), outra que foi derrotada nas urnas em 2018, como vice em alguma chapa. A composição poderia ser feita com o ex-ministro Alfredo Nascimento (PL) na qual já foi vista do lado algumas vezes ou com o ex-governador Amazonino Mendes (Podemos), que aparece como líder das pesquisas divulgadas até o momento.

Até a semana anterior, existia um silêncio total sobre a gestão de Arthur Neto. O tom mudou na convenção do PDT, na qual Hissa Abraão é o presidente e anunciou apoio ao deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD). Ele é candidato do grupo político de Aziz, que em 2022 pode enfrentar Virgílio Neto na vaga de Senador.

Na convenção o tom foi de críticas para a atual gestão, com acusações de o tucano ter deixado a prefeitura com rombo histórico pelo alto endividamento e do baixo número de obras. Também trouxe de volta a estrutura da gestão ter sido envolvida em um homicídio e tentativa de ocultação de cadáver.

Festa com drogas, segurança do prefeito e morte

O enteado de Arthur Virgílio Neto, Alejandro Valeiko, foi denunciado como um dos responsáveis pelo assassinato de um engenheiro na mansão da família durante uma festa regada a álcool e cocaína no ano passado.

Embora o MP-AM (Ministério Público do Amazonas) tenha ignorado na denúncia a responsabilidade do poder público, havia na cena do crime um funcionário da segurança do prefeito, pago com dinheiro público, e um carro da prefeitura foi usado para tentar ocultar o cadáver.

Na última semana, houve outro constrangimento. Adversários divulgaram documentos do MP e da Polícia Civil, até então em sigilo, sobre uma suposta operação que investigava o enriquecimento ilícito de Elisabeth Valeiko e seus filhos. Em nota, o MP-AM disse que a investigação não foi paralisada e continua em andamento.

Também na disputa, o vice-prefeito e ex-deputado federal Marcos Rotta (DEM) afirmou que Virgílio Neto perdeu a capacidade de gerenciar e que quem dá ordens é a primeira-dama, a quem chama de “prefeita sem voto e preparo”.

Em resposta aos adversários, o tucano fez um vídeo de nove minutos em que classificou como “ataque pessoal” e “tentativa de atingir sua família” a citação de que a estrutura da prefeitura estava presente na cena de um homicídio. Disse ainda que nunca precisou atacar familiares de adversários políticos.

Empréstimos e crise na pandemia

De acordo com o site do Tesouro Nacional, a atual gestão foi responsável por um salto no endividamento da Prefeitura de Manaus. Durante seus dois mandatos, foram contraídos R$ 2,2 bilhões em empréstimos. Os dois prefeitos anteriores, juntos, somam R$ 638 milhões em empréstimo.

Opositores também apontam o baixo investimento na ampliação da rede de atenção de saúde, o que pode ter sido uma das razões para o rápido colapso do sistema em abril.