Documentos mostram 24 reuniões com atuação de ‘ministério paralelo’ na pandemia

De acordo com documentos da Casa Civil enviados à CPI da Covid no Senado, ao menos 24 reuniões tiveram a presença de pessoas consideradas de confiança do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para tratar de temas relacionados à condução da pandemia de Covid-19, e que não fazem parte da estrutura do Ministério da Saúde. As informações são da Folha.

O ‘ministério paralelo’, como vem sendo chamado esse grupo de pessoas, tem nomes como os dos filhos 01 e 02 do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), do deputado federal Osmar Terra (MDB-RS), do assessor especial da Presidência Tercio Arnaud, do ex-secretário de Comunicação Fabio Wajngarten e da médica Nise Yamaguchi, defensora do uso de remédios ineficazes para tratamento da Covid-19, como a hidroxicloroquina.

Bolsonaro não esteve presente em seis dessas reuniões, mas todas elas aconteceram no Palácio do Planalto ou no Alvorada. Seus filhos participaram de ao menos cinco delas. Em seu depoimento à CPI, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que desconhece essa estrutura paralela.

Ainda de acordo com a Folha, a comissão mira em Carlos Bolsonaro para investigar o grupo, assim como em Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. Parlamentares dizem acreditar que o advogado pode ser um dos líderes desse ‘ministério paralelo’, após a revelação de vídeos em que ele afirma estar investigando a suposta eficácia da hidroxicloroquina a pedido de Bolsonaro.