Sikêra Jr. na série ‘Extremistas.br’ é mola de atos golpistas/terroristas no país

Quando o Globoplay lançar hoje (25) os dois últimos episódios da série documental “Extremistas.br“, lá estará citado um bolsonarista que opera a partir de Manaus. É o apresentador de TV Sikêra Júnior, de A Crítica/Rede TV.

Ele, que já teve altos índices de audiência, aparece no documentário como dos principais das redes de disseminação de fake news. Sikêra Jr., dessa forma, contribuiu sobremaneira para os atos terroristas, golpistas e antidemocráticos no país dos seguidores de Jair Bolsonaro nos últimos quatro anos.

Portanto, ele é incluído como um dos responsáveis pelo maior ataque à democracia, no 8 de janeiro, desde o golpe militar de 1964.

Sikêra Jr. e seu discurso alinhado com Bolsonaro foram monitorados por, pelo menos, dois anos pelos produtores da série “Extremistas.br”.

Como resultado, foi possível entender como os bolsonaristas radicais foram levados à tentativa de golpe de Estado no 8 de janeiro.

A invasão das sedes dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo foi, em síntese, a culminância dessa campanha puxada por políticos, influenciadores digitais e figuras da mídia, como o apresentador de TV contratado pela Rede Calderaro de Comunicação.

Porta-voz de Bolsonaro

No Amazonas, Sikêra Jr. funcionou como caixa de ressonância dos discursos negacionistas e manipuladores da moral, da ética e dos costumes de Bolsonaro. Não foi à toa que o ex-presidente da República, nas visitas a Manaus, escolhia o apresentador como único privilegiado para entrevista à imprensa.

Essa atuação e participação na engrenagem do movimento de desinformação que contaminou o país com fakes news, discursos de ódio e, sobretudo, o projeto golpista, põe Sikêra Jr. ao lado de extremistas, por exemplo, como Allan dos Santos, foragido do Brasil igualmente a Bolsonaro, e Sara Winter, do bombardeio da sede do STF com fogos de artifício em 2021.

Sobre a série 

O documentário “Extremistas.br”, do Globoplay, é produço pelo setor de jornalismo da Rede Globo. Foi lançado no dia 11, três dias depois do atentado terrorista em Brasília.

Em oito episódios, a série documental mostra o resultado de dois anos de investigação, dezenas de entrevistas e mais de mil horas de gravação

“Ambientes como os acampamentos nos quartéis, por exemplo, acabam gerando um universo de circulação de informação paralelo. Ali eles só consomem um tipo de informação, influenciadores, canais alinhados a eles. Não existe contraditório, não existe reflexão, não existe divergência. E acho que o extremismo também se caracteriza por isso. Cada vez mais, qualquer pequena divergência é expulsa, não é aceita. E isso vai tornando a pessoa cada vez mais insensível ao diferente”.

É o que afirmou Caio Cavechini, diretor de “Extremistas.br”.

Hoje, 25 de janeiro, o Globoplay exibe os dois últimos episódios da temporada da série.