G1 AM
Operação Catrapo II teve como alvo, no Amazonas, dois empresários que auxiliavam o narcotraficante Sérgio de Carvalho a lavar dinheiro por meio de empresa de taxi aéreo.
Manaus – AM: Dois empresários, alvos da Operação Catrapo II em Manaus, atuavam diretamente em um esquema de lavagem de dinheiro ligado a um dos maiores narcotraficantes do mundo. Os envolvidos eram donos “de fachada” de uma empresa de táxi aéreo utilizada na operação fraudulenta. A informação foi obtida pelo g1 que teve acesso, com exclusividade, ao relatório da investigação.
A operação foi deflagrada na terça-feira (26) pela Polícia Federal (PF) no Amazonas, Mato Grosso, Ceará, Minas Gerais, Santa Catarina e São Paulo, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa responsável por traficar grandes quantidades de cocaína para a Europa.
Segundo as investigações, o líder da organização é o ex-major da Polícia Militar (PM), Sérgio Roberto de Carvalho, apontado pelo Departamento de Narcóticos dos Estados Unidos (DEA) como um dos maiores narcotraficantes do mundo. Carvalho está preso na Bélgica desde 2022.
Para a Polícia Federal, não há dúvidas de que o narcotraficante é o real proprietário da Manaus Aerotáxi, principal empresa do segmento no Norte do Brasil, utilizada para lavar dinheiro do crime e que tinha os dois empresários presos na operação como “laranjas”.
A empresa tem como um dos principais clientes, o Governo do Amazonas, e recentemente, ganhou uma licitação para ceder um hangar para a Polícia Federal. O local serviria de ponto estratégico para operações na Amazônia.
Na quinta-feira, foram cumpridos mandados de busca e apreensão no local. Por ordem da Justiça, a empresa foi fechada e todas as aeronaves, cerca de dez, foram sequestradas.
O g1 tentou contato com a Manaus Aerotaxi e com o Governo do Amazonas, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno.
Operação Catrapo II
A Polícia Federal (PF) deflagrou, na terça-feira (25), a Operação Catrapo II, que resultou no cumprimento de 13 mandados de busca e apreensão, 15 mandados de sequestro de bens e valores de pessoas físicas e jurídicas, dois mandados de prisão temporária (um dos alvos é o médico Edson Santos Rodrigues) e um mandado de prisão preventiva, este a ser cumprido na Bélgica.
No Amazonas, agentes da PF realizaram diligências em um condomínio de luxo localizado no bairro Ponta Negra, Zona Oeste de Manaus, e em um hangar nas dependências do Aeroporto Internacional Eduardo Gomes.
A operação deflagrada na terça-feira é resultado dos trabalhos iniciados na Operação Catrapo, realizada em julho de 2022, quando foram indiciados 16 indivíduos por tráfico internacional de drogas e associação ao tráfico e interceptada 2,1 toneladas de cocaína.
Na segunda fase da investigação de combate ao tráfico internacional de drogas e à lavagem de dinheiro, foram identificados bens patrimoniais no valor de R$ 100 milhões, entre aeronaves, imóveis e veículos de luxo, utilizados para ocultação patrimonial.