
As principais redes sociais ligadas à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foram suspensas nesta quarta-feira (4/6), por determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão ocorre poucas horas após Moraes decretar a prisão preventiva da parlamentar, que deixou o país após ser condenada a 10 anos de prisão.
Até o momento, os perfis de Zambelli no Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), TikTok e YouTube já estão fora do ar. Além disso, o perfil no Instagram de João Zambelli, filho da deputada, de apenas 17 anos, também foi bloqueado.
O LinkedIn, uma das plataformas notificadas pelo STF, informou à Corte que o perfil indicado já estava indisponível, removido por “violação das políticas da plataforma”.
Decisão do STF
Na decisão que atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), Moraes fundamentou que a saída de Zambelli do Brasil teve como objetivo explícito escapar da aplicação da lei, configurando risco à ordem pública e ao andamento do processo.
Além da prisão preventiva, o ministro determinou o bloqueio imediato de todos os perfis da deputada em redes sociais. O despacho impôs ainda uma multa diária de R$ 100 mil às plataformas que descumprirem a ordem e mantiverem qualquer conta de Zambelli ativa.
Condenação
Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de prisão, além de multa, pelo seu envolvimento na invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em um episódio que ficou conhecido como “hackeamento do Judiciário”. A parlamentar é acusada de ser a autora intelectual da ação criminosa, que teve como executor o hacker Walter Delgatti Neto.
A suspensão de seus perfis representa um duro golpe para Zambelli, que sempre utilizou as redes sociais como principal ferramenta política, reunindo milhões de seguidores e sendo uma das vozes mais ativas da direita bolsonarista no Congresso Nacional.
Impacto nas redes e na política
Com a derrubada de suas contas e a decretação de sua prisão, o caso de Zambelli se consolida como um dos episódios mais emblemáticos no embate entre o Judiciário e parlamentares bolsonaristas. A decisão de Moraes intensifica o debate sobre os limites da liberdade de expressão, a responsabilidade digital e as consequências jurídicas do discurso político radicalizado.