Trump revela conversa com Putin sobre retaliação russa após ataque surpresa de drones da Ucrânia

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, causou alvoroço nesta quarta-feira (4) ao afirmar em sua rede social, Truth Social, que Vladimir Putin promete responder com veemência ao devastador ataque de drones da Ucrânia contra bases aéreas russas. Curiosamente, após divulgar a mensagem, Trump apagou a publicação — mas não por muito tempo: momentos depois, voltou a postar o mesmo conteúdo.

De acordo com Trump, a conversa telefônica com o presidente russo ocorreu na tarde desta quarta, pelo horário de Brasília. Durante o diálogo, Putin garantiu que “terá de responder” ao ataque que destruiu nada menos que 41 aviões de guerra russos em cinco bases militares, na chamada “Operação Teia de Aranha”, conduzida pelos ucranianos no domingo (1º).

Presidente dos EUA, Donald Trump, revela conversa telefônica com presidente russo, Vladimir Putin em 4 de junho de 2025 e diz que Putin prometeu resposta a ataque aéreo de drones ucraniano. — Foto: Reprodução/redes sociais

Segundo especialistas, o ataque foi considerado um dos mais audaciosos desde o início do conflito, impondo danos irreversíveis ao arsenal aéreo da Rússia — um verdadeiro golpe estratégico de Kiev, que celebrou a ofensiva.

Trump não poupou detalhes ao relatar a ligação:

“Acabei de falar, por telefone, com o presidente Vladimir Putin… Discutimos o ataque da Ucrânia aos aviões russos e outros ataques em curso. Putin afirmou, com muita veemência, que responderá a essa agressão.”

O republicano também destacou que não enxerga uma perspectiva de paz entre Rússia e Ucrânia em um futuro próximo, especialmente após o agravamento das tensões.

O ataque mais audacioso da Ucrânia

Batizada de “Teia de Aranha”, a operação de guerra surpreendeu pela engenhosidade: drones foram escondidos dentro de contêineres, transportados por caminhões que cruzaram o território russo até estarem próximos às bases militares.

Assim que chegaram ao perímetro das bases, o teto dos contêineres foi aberto remotamente, permitindo o lançamento furtivo dos drones armados com explosivos, que destruíram aviões estratégicos como os bombardeiros A-50, Tu-95 e Tu-22M — aeronaves que Moscou vinha utilizando para lançar mísseis contra a Ucrânia.

O ataque alcançou regiões da Rússia a mais de 4.000 km da linha de frente e causou, segundo o jornal Financial Times, um prejuízo superior a US$ 7 bilhões, além de comprometer cerca de 34% da frota de aeronaves estratégicas russas.

Putin promete resposta

Enquanto Putin acusa a Ucrânia de terrorismo, Kiev comemora a operação como “brilhante”. O presidente Volodymyr Zelensky afirmou que essa foi a “ação de maior alcance” executada até o momento pelas forças ucranianas.

Fontes do governo russo indicam que ataques foram reprimidos em outras regiões, como Amur, Ivanovo e Ryazan, mas não conseguiram impedir as perdas significativas.

O ministro da Defesa da Rússia confirmou que os drones danificaram bases aéreas em Irkutsk, a mais de 4.300 km da Ucrânia, e em cidades do norte, como Murmansk.

Alerta geopolítico

O momento da operação ucraniana coincide com a crescente pressão dos Estados Unidos para que o Brasil e outras nações reconheçam facções criminosas como organizações terroristas, ampliando o uso do termo “narcoterrorismo” na geopolítica.

Trump, ao revelar sua conversa com Putin, acendeu um novo sinal de alerta: com as relações entre Kiev e Washington abaladas desde o seu retorno à Casa Branca, a sinalização de um possível endurecimento da Rússia alimenta especulações sobre a escalada do conflito.

Enquanto isso, especialistas ressaltam que a reposição das aeronaves destruídas será um desafio logístico e financeiro gigantesco para Moscou — afinal, diferentemente dos mísseis, aviões não são facilmente substituíveis.

A “Operação Teia de Aranha” levou um ano e meio de meticuloso planejamento e foi executada sem o conhecimento prévio dos Estados Unidos, conforme informou o governo ucraniano.