🔍 PF investiga tentativa de fuga de Mauro Cid com passaporte português; ex-ministro Gilson Machado é preso

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Brasília – O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), prestou depoimento nesta sexta-feira (13) à Polícia Federal (PF), em meio a uma investigação que apura uma possível tentativa de fuga do Brasil. O objetivo seria obter um passaporte português, supostamente viabilizado por Gilson Machado, ex-ministro do Turismo do governo Bolsonaro — preso nesta manhã.

🚨 Cid depõe à PF após operação autorizada pelo STF

Mauro Cid chegou Ă  sede da PF, em BrasĂ­lia, Ă s 10h57, a bordo de uma Range Rover vermelha. Poucas horas antes, ele havia sido alvo de mandados de busca e apreensĂŁo autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A PolĂ­cia Federal agora tenta esclarecer se Gilson Machado atuou nos bastidores para garantir a saĂ­da clandestina de Cid do territĂłrio nacional.

Conforme a apuração, a manobra seria interpretada como obstrução de Justiça, uma vez que Cid figura como réu no processo da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 — investigação que envolve também o ex-presidente Jair Bolsonaro.

⚖️ Defesa de Cid nega solicitação de passaporte

Em resposta Ă  operação, a defesa de Mauro Cid afirmou que ele “jamais solicitou passaporte” a Gilson Machado. O advogado Jair Alves Pereira, integrante da equipe jurĂ­dica do ex-ajudante, disse:

“É uma surpresa. Desconheço os fatos, mas com certeza Mauro Cid não requereu passaporte”.

📄 Gilson Machado nega acusação e diz que pedido foi para o pai

Também por meio de nota, Gilson Machado negou “veementemente” qualquer atuação para beneficiar Cid. Ele alegou que, em maio de 2025, fez contato com o Consulado de Portugal no Recife, apenas para agendar a renovação do passaporte do pai.

“Reitero que não fui a nenhum consulado. Apenas liguei solicitando agenda para meu pai. Nenhuma solicitação foi feita em nome de terceiros”, declarou Machado.

🕵️‍♀️ Inquérito autorizado e quebra de sigilos

A ofensiva da PF ganhou respaldo da Procuradoria-Geral da República (PGR), que manifestou apoio à abertura de inquérito contra Gilson Machado e solicitou ao STF a quebra dos sigilos telefônico e de dados telemáticos do ex-ministro, além da realização de novas buscas pessoais e domiciliares.

De acordo com a documentação enviada ao Supremo, os dados requeridos compreendem o período entre 1º de janeiro e 5 de junho de 2025. Segundo a PF, há indícios concretos de que Machado atuou junto ao consulado português com o objetivo de emitir passaporte em nome de Mauro Cid, viabilizando uma eventual fuga do país.

🔥 Cid e Bolsonaro são réus por tentativa de golpe

Mauro Cid está entre os 30 réus denunciados por envolvimento em uma tentativa de golpe de Estado — trama golpista que, segundo a PGR, visava manter Jair Bolsonaro no poder mesmo após a derrota eleitoral para Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022.

A suposta articulação incluiria medidas como decretos de intervenção militar, produção de documentos fraudulentos e ações para desacreditar o processo eleitoral.