Irã e Israel atinge pico: 11 mortos em ataque inédito; Trump prega paz, mas veta plano para matar Khamenei

Policiais e operários trabalham diante de escombros de casa atingida por mísisl iraniano em Tamra, no norte de Israel; quator mulheres de uma mesma família morreram - David Cohen/Jini/Xinhua

A guerra entre Israel e Irã entrou no seu terceiro dia com o ataque mais mortal até agora contra o território israelense. Na madrugada deste domingo (15), o Irã lançou duas ondas de mísseis balísticos que deixaram 11 mortos e cerca de 200 feridos, além de provocar destruição em cidades como Bat Yam e Tamra, próximo a Tel Aviv e Haifa.

Ao mesmo tempo, Israel revidou com intensidade, mirando o Ministério da Defesa do Irã, depósitos de petróleo e bases militares, inclusive com ataques cirúrgicos contra altos comandantes da Guarda Revolucionária Iraniana. Entre os mortos, está o chefe de inteligência Mohammad Kazemi, além de outros dois generais, segundo informou a agência estatal Irna.

Alerta máximo em Tel Aviv e Teerã

A escalada militar atinge níveis sem precedentes. Bat Yam foi palco do pior ataque: um míssil iraniano atingiu um prédio residencial, matando sete civis, incluindo duas crianças. Em Tamra, quatro mulheres árabes da mesma família morreram após o desabamento de sua casa. Moradores denunciaram a falta de abrigos públicos.

Do outro lado, Israel alega que interceptou uma nova leva de mísseis neste domingo e promete retaliações ainda mais duras. “Vamos arrancar a pele da cobra iraniana, dentro e fora de Teerã”, afirmou o ministro da Defesa Israel Katz, referindo-se ao alvo central das ofensivas: a infraestrutura nuclear do Irã.

Trump veta plano de assassinato e prega acordo nuclear

Nos bastidores, a guerra política também ferve. Segundo fontes ouvidas pela Reuters, Donald Trump vetou um plano israelense para assassinar o líder supremo do Irã, Ali Khamenei. Em entrevista à Fox News, o premiê Netanyahu se recusou a comentar a informação, mas admitiu que uma mudança de regime em Teerã pode ser uma consequência do conflito, já que, segundo ele, “a teocracia está enfraquecida”.

Donald Trump Foto: Reprodução

Apesar do veto, Trump publicou em sua rede social Truth Social que “um acordo entre Israel e Irã acontecerá em breve”, reforçando que os EUA só entrarão na guerra se tropas americanas forem atacadas diretamente.

Envolvimento americano e o risco de uma guerra global

Embora os Estados Unidos já estejam envolvidos indiretamente — utilizando porta-aviões para interceptar mísseis vindos do Iêmen e do Irã —, a Casa Branca se recusa a autorizar ações ofensivas, ao menos por enquanto. Segundo analistas, um envolvimento direto de Washington poderia acionar uma guerra de proporções globais, colocando potências como Rússia, China e Turquia no tabuleiro.

Estreito de Hormuz em risco e temor de expansão regional

Teerã ameaça fechar o Estreito de Hormuz, por onde circulam mais de 30% do petróleo e 20% do gás natural liquefeito do planeta. Isso inclui cerca de 90% da produção de petróleo da Arábia Saudita. A medida seria catastrófica para a economia global e aumentaria a pressão sobre Emirados Árabes, Qatar e Arábia Saudita, que podem ser arrastados para o conflito — direta ou indiretamente.

  1. EUA rejeitam pedido de ajuda de Israel em ataque ao Irã e evitam escalada militar
  2. Irã derruba 10 caças israelenses, bombardeia bases estratégicas e impede destróier britânico de avançar no Golfo Pérsico
  3. Israel ataca o Irã, mata civis e implode negociações nucleares com os EUA

Com a morte de 14 israelenses e 224 iranianos até o momento, a guerra assume um caráter psicológico e estratégico. Ainda que Israel detenha superioridade militar, falta a Tel Aviv armamento capaz de destruir instalações nucleares subterrâneas do Irã, como as bombas MOP, que apenas os Estados Unidos possuem.

Se a escalada continuar, o Oriente Médio pode assistir a um novo capítulo de conflito armado em larga escala, envolvendo múltiplas nações e interesses globais — com o risco real de uma guerra sem precedentes.