Trump ordena evacuação de Teerã e envia novo porta-aviões ao Oriente Médio em resposta à escalada com o Irã

O USS Carl Vinson, porta-aviões de propulsão nuclear com caças F/A-18 que está operando perto do Irã - Linh Pham - 2.abr.2025/AFP

Washington, D.C. — Em meio à crescente tensão entre Estados Unidos, Irã e Israel, o ex-presidente Donald Trump voltou aos holofotes internacionais nesta segunda-feira (16) ao declarar, em sua rede social Truth Social, que “todos devem evacuar Teerã imediatamente”. A publicação ocorreu pouco após o Pentágono anunciar o envio de mais forças militares à região, incluindo um novo grupo de ataque liderado por um porta-aviões nuclear.

“O IRÃ NÃO PODE TER UMA ARMA NUCLEAR. Eu disse isso várias vezes! Todos devem evacuar Teerã imediatamente”, escreveu Trump, em letras maiúsculas, no estilo que marcou sua comunicação direta e agressiva durante o mandato anterior.

A declaração não menciona explicitamente uma entrada direta dos EUA na guerra entre Israel e Irã, mas indica um novo nível de pressão estratégica por parte de Washington sobre Teerã, especialmente após o recente ataque israelense ao prédio da TV estatal iraniana — considerado, segundo Tel Aviv, uma fachada para uma base militar.

EUA reforçam presença militar no Golfo Pérsico

O secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, tratou o movimento como uma medida “defensiva”. “Nosso foco é proteger as forças americanas na região. Esses deslocamentos têm caráter cautelar e buscam ampliar nossa postura defensiva no Oriente Médio”, afirmou Hegseth, durante coletiva.

Atualmente, os EUA mantêm cerca de 30 mil soldados espalhados em bases no Oriente Médio, número que aumentou para cerca de 40 mil desde os ataques do Hamas em 7 de outubro de 2023. O novo grupo enviado, liderado pelo porta-aviões USS Nimitz, atuará em conjunto com a frota centrada no USS Carl Vinson, em um movimento que ecoa a estratégia adotada por Joe Biden em sua gestão.

Além das embarcações, a mobilização pode incluir o envio de aeronaves de reabastecimento aéreo para a Europa, com o objetivo de garantir apoio logístico em caso de escalada militar mais ampla.

Crise diplomática atinge ponto crítico

A atual fase da crise teve início com o inédito ataque aéreo israelense ao território iraniano, na sexta-feira (13), marcando um divisor de águas no conflito histórico iniciado com a Revolução Islâmica de 1979. Apesar dos confrontos anteriores, essa foi a primeira ofensiva de Israel em solo iraniano em larga escala, elevando o risco de uma guerra aberta no Oriente Médio.

Analistas avaliam que a capacidade de resistência do Irã está sendo testada, e a pressão norte-americana aumenta a complexidade do tabuleiro diplomático. O próprio Trump já havia tentado negociar um novo acordo nuclear com Teerã, oferecendo o alívio de sanções em troca do abandono do programa atômico — tentativa que, no entanto, naufragou diante da recusa iraniana em encerrar suas ambições nucleares, mesmo que sob a justificativa de uso pacífico.

Israel pressiona, e Irã sinaliza abertura para diálogo

Ao longo do dia, surgiram informações indicando que o Irã estaria disposto a negociar, desde que Israel aceite um cessar-fogo. No entanto, fontes diplomáticas consideram improvável que Tel Aviv recue neste momento, especialmente diante da ofensiva em curso e da retórica inflamável de Trump, que usa as redes sociais como arma geopolítica.

A recente declaração do ex-presidente americano, combinada ao reforço militar dos EUA na região, reacende temores de um conflito militar internacional de grandes proporções, envolvendo potências com capacidade nuclear e interesses estratégicos conflitantes.

Em resumo, enquanto o Irã calcula seus próximos passos sob forte bombardeio, e Israel intensifica sua ofensiva, os EUA se reposicionam como peça central na balança de poder do Oriente Médio — e o mundo observa atento a possibilidade de um novo e perigoso capítulo no tabuleiro geopolítico global.