Por JG
O senador Omar Aziz (PSD-AM) foi um dos alvos de espionagem ilegal promovida pela chamada “Abin paralela”, estrutura clandestina de inteligência que teria funcionado durante o governo Jair Bolsonaro.
A informação surgiu a partir de investigações conduzidas pela Polícia Federal, que apura o uso indevido de sistemas de rastreamento da Agência Brasileira de Inteligência para fins políticos.
Aziz ganhou destaque nacional ao presidir a CPI da Covid no Senado, em 2021, e se tornou um dos principais críticos da condução do governo Bolsonaro durante a pandemia. Segundo fontes ligadas à investigação, o monitoramento ilegal teria como objetivo antecipar ações da CPI e levantar informações que pudessem ser utilizadas politicamente contra o senador.
A estrutura operava com apoio de integrantes do chamado “gabinete do ódio”, com ligações diretas ao Palácio do Planalto e ao vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ). Ferramentas como o sistema FirstMile, que permite localizar celulares em tempo real, foram utilizadas sem autorização judicial.
Em nota, Omar Aziz afirmou não se surpreender com a revelação e criticou o uso de órgãos de Estado para fins de perseguição política:
“O Brasil precisa virar essa página autoritária. Usar a máquina pública para espionar adversários é crime e precisa ser punido com rigor”, declarou o senador.
A investigação continua em andamento e pode resultar em responsabilizações penais de ex-integrantes do governo federal e de servidores da Abin.