
MANAUS (AM) – Em uma decisão que pode pesar no bolso do consumidor amazonense, deputados e senadores do Amazonas votaram pela derrubada dos vetos do presidente Lula (PT) no projeto que trata do marco regulatório da energia offshore. Com isso, o Congresso Nacional retomou “jabutis” legislativos que, segundo estimativas da Associação dos Grandes Consumidores de Energia (Abrace), podem elevar em até R$ 197 bilhões os custos da conta de luz até 2050.
Parlamentares do Amazonas que votaram a favor do aumento da tarifa de energia:
📌 Deputados federais:
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Capitão Alberto Neto (PL)
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Amom Mandel (Cidadania)
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Adail Filho (Republicanos)
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Silas Câmara (Republicanos)
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Pauderney Avelino (União Brasil)
📌 Senadores:
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Eduardo Braga (MDB)
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Omar Aziz (PSD)
Já o senador Plínio Valério (PSDB) foi o único do estado a votar pela manutenção do veto, portanto contra os aumentos tarifários.

O que foi aprovado?
Os parlamentares derrubaram vetos que impediam:
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A contratação compulsória de 3 mil megawatts (MW) de pequenas centrais hidrelétricas (PCHs), com impacto estimado em R$ 140 bilhões.
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A aquisição de energia de hidrogênio via etanol e de eólicas no Sul, com custo projetado de R$ 33 bilhões.
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A prorrogação por 20 anos do Proinfa, programa que dá subsídios a fontes alternativas de energia, com impacto de R$ 24 bilhões.
Mesmo com o alerta do Ministério da Fazenda, que justificou os vetos por se tratarem de projetos caros, ineficientes e poluentes, o Congresso — com apoio maciço da base governista e da oposição — derrubou os trechos vetados, mantendo no texto dispositivos que pressionam o sistema elétrico nacional.
O impacto direto na sua conta
A Abrace projeta que os vetos derrubados representam aumento de até 3,5% na conta de luz, além de gerar uma sobrecarga ao setor energético, com efeitos sobre a inflação, a competitividade da indústria e o orçamento familiar.
Além disso, ainda restam R$ 348 bilhões em vetos pendentes de análise no Congresso, como:
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Manutenção de subsídios à energia solar (R$ 101 bilhões)
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Obrigação de contratar usinas térmicas a gás (R$ 155 bilhões)
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Prorrogação de contratos com usinas a carvão (R$ 92 bilhões)
O que diz o Ministério da Fazenda?
“O veto buscava evitar retrocessos e impedir que tecnologias ultrapassadas e poluentes comprometam a modernização da matriz energética brasileira, além de conter aumentos tarifários injustificáveis para os consumidores”, afirmou a pasta.
A postura dos deputados e senadores do Amazonas que votaram pela derrubada do veto reforça um alerta: os interesses do setor elétrico e os acordos políticos em Brasília estão prevalecendo sobre o impacto direto na vida da população. A decisão representa um aumento bilionário nas contas de energia, que será pago por todos — especialmente pelos mais vulneráveis.