
Republicano afirma que ofensiva termina em 24 horas; Tel Aviv e Teerã ainda não confirmaram o acordo. Conflito já envolveu ataques a bases militares dos EUA e ameaça se expandir no Oriente Médio.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (23) um cessar-fogo entre Israel e Irã, sinalizando o que pode ser o fim da escalada militar mais grave no Oriente Médio em anos. Segundo ele, o acordo será implementado em duas etapas ao longo de 24 horas e resultará na conclusão oficial do conflito iniciado no último dia 13 de junho.
“Parabéns a todos! Israel e o Irã concordaram com um cessar-fogo completo e total”, escreveu Trump na rede social Truth Social. O presidente informou que o cessar-fogo começa a valer em seis horas a partir do anúncio — por volta das 19h15 — e prevê que primeiro Teerã suspenderá os ataques por 12 horas, seguido pela interrupção das ofensivas israelenses no mesmo período. “A guerra de 12 dias estará encerrada ao final desse processo”, afirmou.
Trump fala em “coragem e inteligência” dos envolvidos
Em seu comunicado, Trump elogiou os dois lados pela “resistência, coragem e inteligência” em colocar fim ao confronto. “Essa guerra poderia ter durado anos e destruído o Oriente Médio, mas isso não aconteceu — e não vai acontecer”, declarou.
Apesar da repercussão internacional, nenhum dos governos envolvidos — Israel ou Irã — confirmou oficialmente o acordo anunciado por Washington. O tom otimista do republicano contrasta com a intensidade dos ataques registrados nas últimas horas, em especial a ofensiva israelense contra a capital iraniana.
O que está acontecendo no Oriente Médio
Nas primeiras horas desta segunda, Israel lançou bombardeios intensos sobre Teerã, atingindo instalações estratégicas como:
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Quartel-general da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC);
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A prisão de Evin, conhecida por abrigar opositores do regime;
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O relógio da Destruição de Israel, símbolo do regime iraniano;
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E o centro de comando de segurança interna da Guarda Revolucionária.
Em retaliação, o Irã executou a 21ª ofensiva com mísseis e drones desde o início do conflito, atacando múltiplos alvos em Israel com armamentos de propulsão líquida e sólida, além de drones suicidas. O Corpo da Guarda Revolucionária declarou ter atingido regiões do norte ao sul do território israelense, intensificando a tensão regional.
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Além disso, o Irã também disparou mísseis contra a base americana de Al Udeid, no Catar, a maior instalação militar dos EUA no Oriente Médio. No entanto, o Pentágono informou que 13 dos 14 mísseis foram interceptados e que nenhum americano foi ferido.
Iêmen entra no conflito; EUA haviam bombardeado o Irã
No sábado (21), os Estados Unidos entraram oficialmente na guerra, realizando ataques contra três instalações nucleares iranianas. A resposta do Irã, considerada “muito fraca” por Trump, incluiu o ataque à base americana no Golfo Pérsico.
O Iêmen, por sua vez, declarou apoio ao Irã, ameaçando atacar navios e embarcações militares dos EUA no Mar Vermelho caso Washington continue apoiando os ataques israelenses.
Em seu pronunciamento, Trump agradeceu ao Irã por “avisar com antecedência” sobre os mísseis lançados contra Al Udeid, o que, segundo ele, evitou mortes e reduziu os danos. “Tenho o prazer de informar que nenhum americano foi ferido. Eles se livraram de tudo. Com sorte, não haverá mais ódio”, escreveu.
Caminho para a paz?
Apesar da tensão militar, Trump adotou um discurso conciliador ao final do comunicado, apelando por paz e reconciliação. “Talvez o Irã possa agora prosseguir rumo à paz e harmonia na região, e eu encorajarei Israel com entusiasmo a fazer o mesmo”, afirmou.
A comunidade internacional, contudo, aguarda a confirmação oficial do cessar-fogo pelos governos envolvidos, enquanto a ameaça de uma nova escalada continua rondando a geopolítica do Oriente Médio.