Por JG
Os bastidores da Polícia Civil do Amazonas andam mais agitados que plantão de fim de semana. A boataria sobre o futuro político do governador Wilson Lima — se tentará Senado ou Câmara Federal — fez com que as raposas de sempre começassem a se movimentar. Delegados da cúpula da PC-AM já ensaiam um novo alinhamento: o vice-governador Tadeu Souza, visto como nome viável para 2026, tornou-se o novo alvo das aproximações interesseiras.
A Polícia Civil, que deveria ser referência em técnica, isenção e combate ao crime, vive hoje um momento de esfacelamento interno. Ego, vaidade e interesses pessoais têm falado mais alto do que missão institucional. E o pior: alguns delegados não escondem que o jogo é por blindagem e poder. São sindicalistas com discursos inflamados, mas que agem nos bastidores para garantir favores; outros tentam manter-se sob o guarda-chuva de operações federais, do Gaeco e da Corregedoria — que, diga-se, perdeu completamente sua função fiscalizadora.
A situação beira o cômico, se não fosse trágica. Um delegado preso numa operação da PF foi libertado num dia e, no outro, já reassumia cargo de titular, como se nada tivesse ocorrido. Já os que não integram o grupo dominante continuam relegados ao esquecimento — plantonistas eternos ou sombras silenciosas na sede da DG.
É diante desse cenário tóxico que Tadeu Souza deve acender o alerta. A aproximação repentina de figuras que até ontem estavam caladas, omissas ou alinhadas a outros interesses, não é coincidência. É cálculo. A mosca azul já pousou em alguns desses servidores, e o que está em jogo não é o bem público, mas projetos pessoais.
Tadeu, se quiser mesmo construir um projeto sólido para 2026, precisará mais do que alianças e acenos: vai precisar de discernimento. Porque, nesse ambiente, a bajulação não é sinal de apoio, mas sim de oportunismo.