Documentos aos quais o blog teve acesso mostram que o rombo na saúde, durante a gestão do então governador cassado José Melo (Pros) pode ser infinitamente maior que o descoberto na operação “Maus Caminhos”, desencadeada pela Polícia Federal. É que uma modalidade conhecida como “reconhecimento de dívida” foi usada à exaustão para driblar licitações e contratar serviços, que eram normalmente superdimensionados.
Um caso especifico é o da empresa J.A. SOUTO LOUREIRO, que tem o nome de fantasia LABORATÓRIOS REUNIDOS, uma das mais tradicionais de Manaus. No dia 24 de Junho de 2016 a diretora geral do Instituto da Mulher Dona Lindú, Maria Grasiela Correia Leite, encaminhou o memorando 025/2016 ao então secretário de Estado da Saúde, Pedro Elias de Souza, informando o quantitativo fornecido àquela unidade, referente ao processo 013.45260.2015 – CGL, era muito menor que o faturado e que seria impossível realizar, em apenas um mês. Mais de mil hemoculturas – exame laboratorial que busca evidenciar a presença e identificar microrganismos patogênicos no sangue.
No dia 22 de agosto, a empresa encaminhou ofício à diretora do Instituto da Mulher afirmando que se fazia necessária a apresentação de estatísticas mensais, pois o serviço prestado na unidade se dava por ‘estimativa global”. Neste documento, uma curiosidade: a Laboratórios Reunidos informa que estava trabalhando sem contrato, “na espera de uma nova licitação”.
Pouco depois, no dia 16 de setembro, a empresa volta a se dirigir à diretora, cobrando pelos serviços realizados e insistindo e usar métodos próprios de medição, ressaltando que a execução de serviços se dava na forma de execução indireta, por preço global. E cobrava o valor total de RS 568.779,75, por três meses de serviços prestados.
Segundo fontes do blog, este tipo de contratação era recorrente na Secretaria de Saúde do Estado. “Se os deputados tivessem coragem de instalar a CPI da Saúde, descobririam muito mais do que a Polícia Federal descobriu, até porque a operação só mirou a utilização de verbas federais, mas existe muito mais contratos sob suspeita firmados com dinheiro do Estado”, diz.
A Susam afirma que está revisando todos os contratos firmados nas gestões anteriores. Até o fechamento desta denuncia, tentamos o contato com a LABORATÓRIOS REUNIDOS, por meio do telefone 3234-1331, mas infelizmente não obtemos exito.
O blog está recebendo uma série de documentos sobre estes problemas detectados na Saúde do Estado e os publicará à medida em que sua assessoria jurídica constatar que trata-se de situação irregular. Também está à disposição da empresa J.A. Souso Loureiro e de qualquer outra que for alvo das postagens, para esclarecimentos.
Com conteúdo do Blog do Marcell Mota