O ex-presidente da região autônoma da Catalunha Carles Puigdemont foi detido na Alemanha neste domingo (25.mar.2018).
Ele estava na fronteira com a Dinamarca, retornando de viagem à Finlândia.
A informação é do El País
Puidgemont será ouvido na 2ª feira (26.mar) pelo Tribunal Administrativo de Schleswig, Estado alemão onde foi capturado. A audiência é uma formalidade, com a função de confirmar a identidade do detido e cumprir processos burocráticos.
O líder catalão é alvo de uma ordem de prisão internacional expedida na 6ª feira (23.mar), que tem como alvo os envolvidos no processo da tentativa de independência da Catalunha da Espanha. O ex-presidente saiu do país no ano passado, após declaração simbólica de separação realizada pelo Parlamento catalão.
O Parlamento catalão suspendeu no sábado (24.mar) a posse do novo presidente regional após a detenção do candidato separatista Jordi Turull. Atualmente, a Catalunha está sem um governante.
Delegação separatista negocia posse com Puigdemont na Bélgica
De acordo com o jornal Kieler Nachrichten, o líder catalão cogita pedir asilo à Alemanha em Kiel, capital de Schleswig. Suas chances seriam escassas. A ordem europeia de prisão teria prioridade sobre 1 procedimento de asilo.
Contexto
O governo autônomo da Catalunha, liderado por Puigdemont, declarou em outubro de 2017 a separação da Espanha. No entanto, na época, ele suspendeu o efeito da divisão para tentar uma mediação com Madri.
A Catalunha havia realizado 1 referendo pela independência em 1º de outubro. O governo local afirmou que 90{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} dos votantes apoiam a separação da comunidade autônoma, o que daria legitimidade à declaração de Puigdemont.
Em retaliação, o primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, anunciou que acionou o artigo 155 da Constituição para “restaurar a legalidade do autogoverno da Catalunha”. O objetivo da medida era afastar o presidente da Catalunha, Carles Puigdemont, e convocar eleições regionais.
Em 27 de outubro, o governo da Espanha dissolveu o Parlamento da Catalunha, destituiu o presidente da comunidade autônoma e convocou eleições para 21 de dezembro. Os partidos independentistas da Catalunha conquistaram a maioria absoluta do parlamento regional. Também conhecidos como “separatistas”, defendem a separação da região da Espanha.