Abin espionou auditores da Receita Federal que apuravam possível ‘rachadinha’ de Flávio Bolsonaro, diz PF

Conteúdo do G1

A investigação da PF mostra que a ação clandestina de espionagem da agência teria ocorrido no dia 20 de novembro de 2020, com o objetivo de descobrir podres e relações políticas dos auditores.

O suposto esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na gestão de Jair Bolsonaro (PL) atingiu também auditores da Receita Federal responsáveis pelo relatório que deu origem à investigação do esquema de “rachadinha” no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), segundo a Polícia Federal (PF).

A investigação da PF mostra que a ação clandestina de espionagem da agência teria ocorrido no dia 20 de novembro de 2020, com o objetivo de descobrir “podres” e “relações política” (sic) dos auditores.

Um indício de que a ação era clandestina, diz a investigação, é que a ordem era para possíveis informações encontradas contra os auditores é de que fossem arquivadas de forma extraoficial.

Ainda de acordo com a PF, há indícios de que a ação foi determinada pelo então diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e que ele teria participado de uma reunião com o então presidente Jair Bolsonaro, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI ) Augusto Heleno e a advogada de Flávio Bolsonaro.

A Polícia Federal afirma que a reunião foi identificada em um áudio de uma hora da conversa, que teria ocorrido no dia 25 de agosto de 2020.

Em um dos trechos da conversa, Ramagem teria dito que, para anular a investigação contra Flávio Bolsonaro, seria necessária a instauração de procedimento administrativo contra auditores da Receita Federal e ainda retirar alguns auditores de seus respectivos cargos.