Alcolumbre reclama de ação da PF no Senado e promete questionar STF

Presidente Davi Alcolumbre leu em Plenário o recebimento da PEC 6/2019, da Reforma da Previdência. Com isso, o texto passa oficialmente a tramitar na Casa. A PEC foi encaminhada à CCJ, presidida pela senadora Simone Tabet. O senador Tasso Jereissati será o relator. Brasilia, 08-08-2019. Foto: Sérgio Lima/PODER 360

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse nesta 5ª feira (19.set.2019) que a Casa irá acionar o STF (Supremo Tribunal Federal) contra as ações de busca e apreensão conduzidas pela Polícia Federal nesta manhã nos gabinetes do líder do governo, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE).

Agentes da PF vasculharam dependências do Congresso em busca de provas sobre supostos pagamentos de empreiteiras a Bezerra e seu filho, o deputado Fernando Coelho Filho (DEM-PE). Os repasses totalizariam R$ 5,5 milhões, segundo apontaram as investigações, e teriam ocorrido entre 2012 e 2014.

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A presença dos policiais federais no Senado incomodou os congressistas. Alcolumbre disse que o Senado ainda avalia qual instrumento jurídico será utilizado para que o episódio seja questionado no Supremo.

“O que eu estou questionando, como presidente de 1 Poder, é na relação institucional. Uma operação que a PGR [Procuradoria Geral da República] disse pra não fazer e foi feita… O Senado, como instituição, vai defender a integridade do Senado da República. A mesa vai fazer isso e estamos buscando o instrumento jurídico”, explicou.

O principal questionamento a ser feito ao STF será o de que operações como a desta manhã devem ter ligação com o mandato legislativo, mas, na época em que os crimes teriam sido cometidos, Bezerra ainda não era senador.

Para o presidente do Senado a atuação dentro das dependências da Casa foram uma “diminuição” da instituição.

“Eu acho que a reflexão de uma operação da PF com essas características e diante de tudo que o Senado tem feito, com certeza é a diminuição do Senado Federal. E eu não vou deixar que isso aconteça”, completou Alcolumbre.

Bezerra colocou seu posto como líder do governo no Senado à disposição após a operação desta manhã. Questionado se já havia alguma movimentação para a troca, Alcolumbre disse que conversou com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, e que Bezerra está mantido no cargo.

“Até esse momento, o governo não pensa em fazer substituição. Vai avaliar e aguardar até a semana que vem para ver fatos e tomar uma decisão”, disse. Ele avaliou também que a atitude do senador em deixar seu cargo à disposição do Planalto foi 1 “ato de grandeza”.

CPI DA LAVA TOGA

Durante o evento“E agora, Brasil?”, realizado pelos jornais O Globo e Valor Econômico, Alcolumbre foi questionado sobre a intenção de alguns senadores de criar uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para analisar as ações do Judiciário.

O presidente do Congresso se disse contrário ao projeto, alegando que o Brasil precisa de mais empregos e não de uma “guerra” entre instituições.

“Vai começar uma guerra institucional, é para parar o Brasil? É para não acontecer as reformas?…Eu sou contrário, acho que o Brasil não precisa disso, a gente precisa gerar empregos”, disse enfaticamente e seguiu: “O Brasil espera muito mais que uma CPI para enfraquecer instituições porque, no final, o enfraquecimento é de todos nós, da democracia e do país”.