Aliança pelo Brasil: Deputado e blogueiro bolsonarista são alvos da Polícia Federal

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A Polícia Federal cumpre 21 mandados de busca e apreensão contra investigados no inquérito que apura atos contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

Entre os alvos estão o deputado Daniel Silveira (PSL-RJ), que informou, pelo Twitter, que agentes federais estão em seu apartamento, e o blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre, acusado de produzir e disseminar fake news.
As diligências foram determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito das fake news e das investigações que apuram atos antidemocráticos contra o Supremo. “As medidas têm o objetivo de instruir o inquérito que investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos da prática de atos contra a democracia”, diz nota da Polícia Federal.

As buscas são feitas em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Maranhão, Santa Catarina e no Distrito Federal.

Também são alvos da PF os youtubers Ravox Brasil e Lisboa, além de Sergio Lima, marqueteiro do Aliança pelo Brasil, partido que o presidente Jair Bolsonaro tenta registrar na Justiça Eleitoral. Suplente do senador Izalci Lucas (PSDB-DF), o advogado Luís Felipe Belmonte, vice-presidente do Aliança pelo Brasil, também está entre os investigados.

Ontem a líder do grupo 300 do Brasil, Sara Winter, foi presa temporariamente no mesmo inquérito que investiga atos contra a democracia. A investigação foi aberta em abril para apurar, dentro da Lei de Segurança Nacional, a organização e o financiamento de atos antidemocráticos. Embora tenha participado dessas manifestações e até tenha discursado em uma delas, em frente ao Quartel-General do Exército, Bolsonaro não está entre os investigados no inquérito.

Daniel Silveira

Policial militar, o deputado Daniel Silveira tem histórico de confusões. No último domingo de maio, ele ameaçou matar manifestantes que saíram às ruas para defender a democracia e protestar contra Bolsonaro.

Em gravação feita de seu carro, no Rio, o deputado usou vários palavrões e fez gesto obsceno com o dedo do meio da mão. Ele disse que poderia descarregar sua arma contra os manifestantes.

“Um dia vão pegar um PM zangado na multidão que vai dar no meio da caixa do peito. No primeiro que cair, aí vão chamar a gente de truculento. O caralho, tudo filho da puta, medroso e covarde”, atacou. “Quem sabe não seja eu o sortudo que me peguem na rua num dia muito ruim, que eu descarrego a arma em cima de um filho da puta como esse que tentar me agredir. Vou ter me defender, não vai ter jeito. Não adianta falar que foi homicídio. Foi legítima defesa”, disse.

Em novembro, após o Supremo decidir pela inconstitucionalidade da prisão em segunda instância, o deputado publicou em sua conta no Twitter que, “se precisar de um cabo”, poderiam contar com ele. A publicação é uma clara referência à declaração de Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente da República, de que para fechar o STF bastaria um cabo e um soldado.

Em dezembro a Justiça mandou o deputado tirar das suas redes sociais um dos vídeos que publicou após discutir com uma militante do Psol na faculdade em que estuda Direito no Rio de Janeiro. A decisão se refere ao vídeo em que o parlamentar reforça as críticas ao Psol e à militante, mas também expõe a identidade do ex-marido dela, acusando-o sem provas de bater na mulher. Ela entrou com ação contra o parlamentar na Justiça.