Após 12 anos, Justiça condena dois acusados pelo assassinato de Viviane Castro em Manaus

Família de Viviane Foto: Reprodução

Réus receberam penas superiores a 30 anos de prisão; ambos estão foragidos

MANAUS (AM) — Após mais de uma década de espera, a Justiça do Amazonas finalmente condenou os dois acusados pelo assassinato da técnica de enfermagem Viviane Costa de Castro, executada a caminho do trabalho em 2013, no bairro Cidade Nova, zona Norte da capital. O júri popular, realizado na 2ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, durou três dias e chegou ao veredito na noite desta quarta-feira (9).

Sob a presidência do juiz Lucas Couto Bezerra, o julgamento ocorreu no Fórum de Justiça Ministro Henoch Reis, na zona Sul da cidade, e reuniu testemunhos emocionantes e debates intensos entre acusação e defesa.

Condenações

Os réus Alesson Pessoa Mota e Francisco de Almeida foram condenados, respectivamente, a 37 anos, 3 meses e 15 dias, e 33 anos, 9 meses e 19 dias de prisão, ambos em regime fechado.

Apesar de ter comparecido aos dois primeiros dias do julgamento, Alesson não esteve presente no encerramento. Francisco, por sua vez, não compareceu em nenhuma sessão. Diante da ausência dos condenados, o magistrado expediu mandados de prisão preventiva, e ambos agora são considerados foragidos da Justiça. Os nomes já foram lançados no Banco Nacional de Mandados de Prisão.

Crimes premeditados

Conforme a denúncia apresentada pelo Ministério Público, o caso envolve dois ataques. O primeiro, ocorrido em 7 de junho de 2012, foi uma tentativa frustrada: Viviane foi baleada, mas sobreviveu. Menos de um ano depois, em 23 de maio de 2013, ela foi novamente alvejada — desta vez fatalmente.

Viviane tinha 36 anos e deixou duas filhas, de 2 e 15 anos na época. O crime chocou a capital amazonense pela frieza e premeditação.

Justiça e dor

Fernanda Castro, filha da vítima, esteve presente durante todo o julgamento. Emocionada, ela celebrou a decisão:

“Era essa a resposta que a gente esperava, e foi essa que tivemos, graças a Deus. Foram 12 anos de espera, nesta luta, neste luto constante, e finalmente vou poder dormir em paz, com a certeza de que a justiça foi feita pela minha mãe. Não era justo que as pessoas que fizeram isso com ela ficassem livres”, afirmou.

A acusação foi sustentada pelo promotor de Justiça Thiago de Melo Roberto Freire, com o apoio das advogadas Tallita Lindoso Silva e Cíntia Rossette de Souza.

Relembre o caso

Viviane Costa de Castro era técnica de enfermagem e foi brutalmente assassinada enquanto dirigia rumo ao trabalho. O crime aconteceu por volta das 6h da manhã, na zona Norte de Manaus. Dois homens armados a surpreenderam, efetuaram os disparos e fugiram em seguida. Desde então, a família aguardava uma resposta da Justiça.

Viviane Costa Foto: Arquivo pessoal