O deputado José Ricardo Wendling (PT) irá ingressar com representação no Ministério Público do Estado (MPE) e no Tribunal de Contas do Estado (TCE) contra a atitude do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDB), por conta do nepotismo instalado nesta gestão municipal. Ele nomeou a ex-esposa como secretária Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos; após a separação, em maio deste ano, nomeou a atual esposa para presidente do Fundo Social de Solidariedade (FSS). E, agora, nomeou o filho, deputado federal Arthur Bisneto (PSDB), como chefe da Casa Civil.
Nos documentos, ele pede a suspensão da nomeação do filho como chefe da Casa Civil, destacando que os gestores públicos são obrigados a praticar os princípios da moralidade e da impessoalidade, além de ter que atuar pelo interesse da administração pública.
“Já é prática reiterada do prefeito. Se não é ilegal, é, no mínimo, imoral. Quem mais irá nomear da família? Para mim, isso é nepotismo. Nomeia pessoa sem competência, no caso do Bisneto, campeão de faltas aqui na Assembleia, quando era deputado estadual, e agora um dos campeões de faltas na Câmara dos Deputados. E que ainda demonstra não saber qual o princípio fundamental da política, quando diz que a manifestação dos professores da Semed, que lutavam ontem por melhores condições de trabalho, por salários mais dignos e pelo direito de receber de forma justa os recursos do Fundeb, tratava-se de protesto político. Como não ser? Política é isso, lutar pelos direitos, cobrar as políticas públicas”, declarou o parlamentar.
Em fevereiro deste ano, uma semana após assumir o cargo de secretário municipal da Casa Civil do Rio de Janeiro, Marcelo Hodge, filho do prefeito Marcelo Crivela, teve sua nomeação suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro Marco Aurélio Mello considerou nepotismo a escolha feita pelo chefe do executivo municipal. “Nós precisamos ter apego ao estabelecido. E há um verbete de súmula do Supremo muito explícito no que revela reiterados pronunciamentos, afastando o nepotismo”.
Para José Ricardo, tanto o deputado federal quanto o prefeito de Manaus dão maus exemplos à sociedade, já que a Lei é clara com relação à nomeação de parentes para cargos públicos de confiança. “Portanto, acredito que Arthur está cometendo uma ilegalidade. Será que não existe outra pessoa mais experiente que ele para assumir esse cargo?”, questionou, ressaltando que aqui se trata de gestão pública, de pessoas que irão administrar o dinheiro do povo, por isso, é fundamental ter secretários que tenham gestão empenhada na melhoria da cidade. “Manaus merece um governante que pense na coletividade”.