Após ser denunciada por negociar casas populares em trocas de votos, vereadora foge de acusações e diz ser evangélica

Presidente Figueiredo – AM: A ex-coordenadora do Programa Minha Casa Minha Vida e atual vereadora, Inês Sampaio (PSB), se pronunciou nas redes sociais, após ter sido denunciada por oferecer ilegalmente casas populares em troca de votos no município de Presidente Figueiredo. No Facebook, a parlamentar disse ter se sentido ‘ofendida’ com as acusações feitas por moradores, e usou um versículo bíblico para se defender das denúncias que, segundo ela, não passam de ‘ataques pessoais”.

Em seu pronunciamento, Inês não se preocupou em refutar as acusações e acabou apelando para o lado espiritual. Ela se defendeu dizendo que é evangélica e que possui caráter segundo o ‘coração de Deus’, dando a entender aos seus eleitores que, por ser cristã, não cometeria tais irregularidades.

“Sou forte e corajosa. De consciência sossegada, vou continuar fazendo sempre o que me dá prazer e alegria, que é servir minha família, minha igreja e o povo de Presidente Figueiredo”, escreveu a parlamentar.

Acontece que, para muitos moradores de Presidente Figueiredo, a conduta da vereadora é bem diferente do que foi pregado. Em época de eleição, por exemplo, ela costuma enganar eleitores com promessas das quais não pode cumprir, com o objetivo único de ganhar votos no munícipio.

No último fim de semana, vários moradores a acusaram de cometer estelionato. De acordo com os relatos, Inês teria prometido entregar casas para os moradores que a apoiassem nas eleições de 2016. O problema é que a eleição aconteceu, Inês foi eleita com 507 votos, mas a promessa não foi cumprida. Recetemente, as vítimas denunciaram o caso no Ministério Público Estadual (MPE-AM) e esperam por uma resposta da Justiça.

“Eu votei, na esperança de receber a casa que ela prometeu, mas depois que a eleição passou, nunca mais a vereadora colocou os pés na nossa comunidade”, denunciou um morador.

Entenda o caso

Inês Samapaio foi denunciada por oferecer casas populares a moradores de Presidente Figueiredo, em trocas de votos nas eleições de 2016. A situação veio à tona, após moradores se sentirem lesados com as promessas que não foram cumpridas.

De acordo com as denúncias, Inês se aproveitou do cargo de coordenadora, que exercia dentro do Programa Minha Casa Minha Vida, para se eleger. Na época, ela se comprometeu de entregar as casas com a ajuda de uma irmã, que era presidente da associação responsável pela distribuição dos imóveis e que ‘facilitaria’ as entregas, mas a promessa era apenas uma estratégia de camapanha.

Ainda conforme os relatos, muitas pessoas se inscreveram no programa com a garantia de que receberiam as casas em curto prazo, porém, passados 12 meses, acabaram tendo seus nomes restritos no SPC e Serasa, por não conseguirem mais manter as parcelas dos imóveis.

Alguns dos moradores que tiveram a “sorte” de receber as casas, precisaram contratar pedreiros para termina-las, pois muitas delas foram entregues inacabadas. “A Polícia Federal deveria investigar o que aconteceu com dinheiro dos materiais das casas, que foi repassado para ela e sumiu”, disse uma das vítimas.

Crime

De acordo com especialistas na área jurídica, se forem confirmadas as denúncias, a vereadora Inês Sampaio pode responder pelo crime de estelionato, tendo em vista que se aproveitou do programa do Governo Federal e o do cargo que exercia, para enganar eleitores em troca de votos.

A parlamentar também pode responder por crime eleitoral, considerando que a Justiça pune com muito rigor, conforme a lei, quem tenta influenciar a vontade do eleitor com a prática de negociação de votos. Para quem pratica o crime, a pena prevista é de reclusão de até quatro anos.

Por Maria Luíza direto de Presidente Figueiredo

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