Manaus (AM) – A real eficácia dos atuais sistemas de segurança instalados nas agências bancárias e caixas eletrônicos de Manaus foi tema da Audiência Pública realizada pela Câmara Municipal de Manaus (CMM).
Marcada a pedido do vereador coronel Gilvandro Mota (PSDB), a sessão abordou a Lei nº 933/2006, que divide opiniões. Para os representantes dos bancos, o monitoramento eletrônico é suficiente para garantir a segurança do estabelecimento. Porém a segurança reativa não prioriza a integridade dos clientes, sim dos caixas eletrônicos, fato que causou muita discussão.
Para o presidente da sessão, vereador Gilvandro Mota, ficou novamente evidente que as instituições bancárias priorizam a segurança de suas agências e caixas eletrônicos, não dos seus clientes.
“Ouvi atentamente a fala dos representantes dos bancos e percebo que, em todos os momentos, foram firmes na defesa das agências bancárias, e isso me preocupou ainda mais, porque em nenhum momento citaram a segurança dos usuários desse serviço.
Eles falaram que as agências têm sensores e outros sistemas de segurança, mas em nenhum momento falaram do cliente, que precisa se sentir mais seguro. Como vereador, tenho que representar o povo e buscar essa segurança”, argumentou Mota.
Estiveram presentes representantes do Governo do Amazonas, Prefeitura de Manaus, Procon-AM, Federação Brasileira dos Bancos (Febraban), Sindicato dos Bancários e
Sindicato dos Vigilantes
Aprovada em janeiro de 2006, a Lei nº 933 originalmente previa que as instituições bancárias mantivessem seguranças privados e câmeras de vigilância em todos os caixas eletrônicos da capital. Porém, para atender aos pedidos dos bancos, a lei foi retificada, eliminando a obrigatoriedade do vigilante.
De acordo com o parlamentar, a presença de um segurança nas agências mais movimentadas da cidade contribuirá na diminuição dos assaltos, conhecidos como ‘saidinha’. Além disso, Gilvandro Mota afirmou que irá propor uma alteração na lei, para que seu cumprimento seja mais acessível.
“Vamos propor uma alteração na legislação. Enquanto isso, vamos exigir do Poder Público e do Procon-AM que tomem as devidas medidas para proteger a população. Porque não é possível você ir a uma agência do Bradesco, como a do Boulevard Álvaro Maia, e se deparar com alguém dormindo no local. Você fica em pânico, é aterrorizante, e não se sente seguro, porque não sabemos se aquela pessoa é um criminoso escondido ou não”, afirmou.
Horário de funcionamento
Um dos principais argumentos utilizados pelos representantes dos bancos é de que, a cada ano, as instituições investem mais em segurança eletrônica para minimizar os crimes e que todas as agências contam com o monitoramento presencial durante o horário de atendimento do local, geralmente realizado até às 15h (de Manaus).
Ao serem questionados sobre a eficácia da segurança após esse horário, eles confirmaram que é reativa, sendo realizada apenas por câmeras. A decisão foi mais uma vez criticada pelo vereador, que relembrou que a maioria dos crimes ocorridos nas agências acontece no período da noite.
Ao serem questionados sobre a eficácia da segurança após esse horário, eles confirmaram que é reativa, sendo realizada apenas por câmeras. A decisão foi mais uma vez criticada pelo vereador, que relembrou que a maioria dos crimes ocorridos nas agências acontece no período da noite.
“Muitas vezes, não queremos ter que fazer operações bancárias à noite, mas, por alguma demanda emergencial, somos obrigados. Os representantes defendem tanto os bancos, mas tudo para a segurança do patrimônio, só que esquecem a segurança da pessoa. Em primeiro lugar, o bem maior que o direito protege é a vida. Não estamos percebendo que as instituições financeiras têm essa preocupação. As instituições bancárias estão sempre defendendo a segurança reativa e menosprezando uma lei. Não queremos 24h de vigilantes nas agências, queremos que, enquanto os caixas eletrônicos estiverem funcionando, exista uma proteção, um segurança”, finalizou.