Aterro sanitário de Iranduba será administrado por empresário preso na operação “Maus Caminhos”

A operação teve como objetivo apurar o desvio de verba da saúde pública no Amazonas durante o governo de José Melo. Sérgio chegou a ficar preso por três dias durante as investigações.

O aterro sanitário que deverá ser construído no município de Iranduba, vai ser administrado pelos donos do Grupo Bringel, Sebastião Ramilo Bulcão Bringel e Sérgio Roberto Melo Bringel. Sérgio é fundador do Grupo Bringel e sócio administrador da empresa Norte Ambiental Ltda.

Sérgio Roberto Bringel foi preso em 2018 pela Polícia Federal (PF) durante a operação Cashback, que foi um desdobramento da operação ‘Maus Caminhos. A operação teve como objetivo apurar o desvio de verba da saúde pública no Amazonas durante o governo de José Melo. Sérgio chegou a ficar preso por três dias durante as investigações.

Na época, o delegado responsável pela operação, Alexandre Teixeira, afirmou que o Grupo Bringel tinha um contrato com o governo de Melo, que chegava a R$ 552 milhões, sendo que deste total, foi identificado fraude no valor de R$ 140 milhões. “Eles mantinham contrato com o Instituto Novos Caminhos e outros contratos com o Estado. A Controladoria Geral da União (CGU), analisando esses documentos, detectou irregularidades no que diz respeito a esterilização de materiais hospitalares, por exemplo, e que apontam práticas de crimes”, disse o delegado federal Alexandre Teixeira.

Segundo o site Metrópoles, Bringel responde na Justiça Federal por peculato e organização criminosa. O MPF no Amazonas denunciou o empresário, em 2019, por desvio e apropriação de recursos públicos em prol da Bioplus, mediante o recebimento de valores sem a devida comprovação de serviços prestados. Além disso, ele é acusado de integrar suposta organização criminosa que teria sido constituída para desvio de verba pública e pagamento de propina a políticos.

O MPF também denunciou Bringel por dispensa indevida de licitação em favor da Bioplus. Porém, em 12 de fevereiro de 2020, a juíza federal Ana Paula Serizawa Silva Podedworny absolveu os réus nesse processo. As demais ações continuam em curso.

De acordo com o portal da transparência da CGU, a empresa Norte Ambiental possui participação em licitação no comando da Aeronáutica, Exército, Fundação Oswaldo Cruz e Hospital Getúlio Vargas. A Norte Ambiental atua no Amazonas, Roraima e Rondônia com os serviços de coleta de resíduos, transporte, incineração e Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde – PGRSS.