Aziz: CPI não vai dar em pizza; não dá para dar em pizza mais de 400 mil mortes

O presidente da CPI da Covid no Senado, Omar Aziz (PSD-AM), rebateu hoje as falas de parlamentares governistas de que a comissão “não vai dar em nada”. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) usou a expressão nesta semana em conversa com empresários. Já o presidente Jair Bolsonaro tem dito a apoiadores que não está preocupado com a investigação. “A CPI não vai dar em pizza. Não dá para dar em pizza mais de 400 mil mortes”, enfatizou Aziz.

Para o presidente da CPI, a tentativa do governo de barrar os trabalhos da investigação é um erro estratégico. “Quanto mais rápido a gente apurar, mais rápido essa pauta sai da televisão e dos jornais. Essa CPI está na nossa casa. Todo mundo perdeu alguém na pandemia, não é algo abstrato. A covid não vai acabar com a CPI, o vírus vai continuar contaminando”, avaliou, em entrevista à CNN Brasil.

O senador reforçou que o colegiado tem como principal foco apurar a demora do governo na aquisição de vacinas contra o novo coronavírus. Segundo ele, os ex-ministros da Saúde no governo de Jair Bolsonaro asseguraram que haveria vacinas em quantidade e no momento certo, o que não ocorreu.

“O objeto principal da CPI é a falta da vacina, por que não entramos nos consórcios, por que a gente não assinou com a Pfizer no tempo certo. Nós teríamos hoje uma quantidade muito grande de vacinas. O Brasil tem capacidade de vacinar até 3 milhões de pessoas por dia e aqui em Manaus a vacinação parou por falta de vacina”, afirmou, na entrevista à CNN Brasil. “Pelo andar da carruagem, vamos passar 2021 sem conseguirmos vacinar toda a população acima de 12 anos para termos uma imunização completa”, acrescentou.

Na última quinta-feira (29), em mais uma derrota para o governo, a CPI aprovou a convocação de ex-ministros da Saúde do governo Bolsonaro, entre eles o general Eduardo Pazuello, e do atual chefe da pasta, Marcelo Queiroga, que devem ser ouvidos na semana que vem. Os ex-ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, além do presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres, também foram convocados.