Um show de ataques com palavras baixas e uma “aula” de como ser subserviente ao Poder Executivo marcaram a sessão virtual da Câmara Municipal de Manaus (CMM) nesta sexta-feira (17).
Tudo começou quando mais uma vez o Requerimento 400/2020, de autoria do vereador Chico Preto (DC) – o único de oposição no parlamento manauara – que pede informações sobre um suposto uso de máquina e asfalto da Prefeitura na pavimentação da uma área privada foi colocado em discussão. (ver vídeo do caso: https://web.facebook.com/ChicoPretoAM/videos/1824253064371286)
A propositura – que sofreu três pedidos de vista adiando sua deliberação por quase um mês – foi atacada por parlamentares da base de Arthur que afirmaram, em seus pareceres, que o documento extrapola a competência de um requerimento e pede uma investigação sobre o caso.
O “pega pra capar” começou quando Chico Preto disse que já esperava a atitude omissa dos seus pares. “A bancada do prefeito está acostumada a negar tudo que pede esclarecimentos da Prefeitura. O prejudicado é a população que neste momento de pandemia espera ações na saúde, na assistência social, mas espera que a casa esteja vigilante com o dinheiro público. Porque quando máquinas e asfalto são desviados é menos gente sendo atendida na saúde. A gente apequena a política por conta disso. Depois perguntam porque a política é mal vista. Aqui não se vê o que está sendo pedido, mas quem está pedindo. É mais ou menos o que acontece com o Bolsonaro”, afirmou.
Na sequência, o vice-líder do prefeito na Casa, vereador Gilvandro Mota (PSDB) pediu que o presidente Joelson Silva (Patriota) fizesse uma advertência ao oposicionista. “Peço que se faça uma advertência verbal ou formal para este vereador que tem se portado da pior maneira possível. Parece um menino de rua que vive à margem da sociedade praticando pequenos delitos até que uma hora vai praticar um grande delito”, afirmou.
Chico Preto solicitou direito de resposta e pediu que o tucano se calasse enquanto ele falasse, iniciando um novo embate. “Cale sua boca enquanto falo”, pediu Chico. “Me respeita seu cara de pau, seu vagabundo”, retrucou Gilvandro.
Mais adiante foi a vez do petista (pasmem) Sassá da Construção Civil polemizar, chamando chico de “santinho”. “Esse santinho acha que todo mundo está errado e só ele certo. Cuidado que tua máscara ainda vai cair”, afirmou.
Depois de todo esse show, o requerimento foi arquivado e a população seguirá sem saber se o asfalto e a máquina usados na pavimentação de um terreno no Distrito Industrial é ou não de propriedade da Prefeitura de Manaus. Os únicos que votaram favoráveis ao requerimento foi o proponente, Chico Preto, e William Abreu (PTB).