O presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), José da Fonseca Lopes, reiterou na manhã de hoje que só vai interromper o movimento de protestos da categoria depois de o governo federal sancionar a lei que zera o PIS/Cofins sobre o óleo diesel.
Essa redução de impostos pode tirar até 14{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} do preço do combustível na bomba nos postos de abastecimento.
Para isso é necessário que o Senado aprove hoje o projeto que passou pela Câmara ontem (23.mai.2018). Não está claro se os senadores conseguem aprovar esse projeto nesta 5ª feira.
Em entrevista na manhã de hoje à rádio CBN, Fonseca Lopes disse que o corte de 10{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} no preço do diesel, anunciado ontem pela Petrobras não é suficiente para interromper os bloqueios de estradas. “Não é isso que nós precisamos”, afirmou.
Segundo Fonseca Lopes, “a Câmara fez a parte dela”. Agora, caberia ao Senado e ao Palácio do Planalto dar seguimento ao processo de retirada do PIS/Cofins do diesel.
“Se na reunião de hoje [24.mai.2018], às 14h, o ministro [Eliseu] Padilha [Casa Civil] e todos os ministros participantes anunciarem ‘tá aqui, o presidente anunciou. O PIS/Cofins está fora’, aí o movimento é suspenso”, declarou Fonseca Lopes.
O presidente da Abcam não foi muito claro a respeito do que seriam realmente todas as condições para interromper o movimento dos caminhoneiros.
Em 1 trecho da entrevista, chegou a dizer: “Não é só o diesel. Tem de tirar dos combustíveis”. Ou seja, sugeriu que o PIS/Cofins deveria ser zerado também para a gasolina e o etanol.
Mais adiante, o representante dos caminhoneiros disse que só reduzir o preço do diesel em 10{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} “não é suficiente”. Ele declarou o seguinte: “Precisamos mudar essa política de reajuste em cima do óleo diesel”. As majorações de preço deveriam ser “entre 60 dias e no máximo em 90 dias” para que os usuários pudessem “se programar”.
“Hoje o caminhoneiro sai do Rio Grande do Sul e paga R$ 5 [por litro] e 3 dias depois vai pagar R$ 5,3. Isso não pode acontecer”, disse. Fonseca Lopes reclama da política de reajustes da Petrobras, que repassa com muita rapidez a flutuação do preço de acordo com as cotações do mercado internacional –muitas vezes impondo flutuações severas aos consumidores em períodos curtos, de poucos dias.
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Haveria possibilidade de liberar, antes da reunião de hoje das 14h, pelo menos o transporte de combustíveis? A resposta de Fonseca Lopes foi ambígua:
“Tá difícil (…) A gente está tentando ajudar nesse sentido. Mas a gente de tem de ir com muita cautela, porque a revolta é tão grande que se o sr. fala alguma coisa já estão pensando que o governo comprou a gente, entendeu? Tá na mão do governo. Se ele [o governo] falar agora: ‘Olha, tá aqui o decreto’, em meia hora o movimento é suspenso. Mas enquanto não acontecer isso eu não posso confirmar alguma coisa. Porque não sou eu. Uma coisa que tem de ser entendida é que não foram as entidades de classe que procuraram esse movimento. Isso foi uma coisa espontânea. O que nós estamos fazendo é intermediar entre o governo [e os caminhoneiros] para que não se torne 1 caos pior. Para que não se tenha nesse meio aí elementos subversivos, infiltração, para queimar, para quebrar”.