Bloqueio em Hormuz pode disparar preço do petróleo; EUA pedem intervenção da China

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Washington – Em meio à crescente tensão no Oriente Médio, os Estados Unidos intensificaram a diplomacia de crise ao solicitar que a China intervenha diretamente junto ao Irã para barrar o fechamento do Estreito de Hormuz, uma das rotas marítimas mais estratégicas do planeta.

O apelo foi feito neste domingo (23) pelo secretário de Estado americano, Marco Rubio, que classificou a possível interrupção da passagem como um “suicídio econômico global”, alertando que a medida pode gerar consequências devastadoras para os mercados de energia.

“Se o Irã bloquear Hormuz, será uma escalada maciça que afetará muito mais o resto do mundo do que os Estados Unidos. A China precisa pressionar Teerã. A estabilidade energética global depende disso”, declarou Rubio em entrevista à imprensa americana.

🌍 Estreito vital para o fluxo de petróleo e gás natural

Responsável por cerca de 20% de todo o petróleo e gás natural liquefeito comercializados no mundo, o Estreito de Hormuz conecta o Golfo Pérsico ao Mar de Omã e é essencial para o abastecimento energético de potências como China, Índia, Japão e União Europeia.

A ameaça iraniana de bloqueio ganhou força após os bombardeios dos EUA a instalações nucleares no Irã, com uso de bombas bunker-buster e mísseis Tomahawk. Em resposta, o Parlamento iraniano aprovou o fechamento da rota, mas a decisão final está nas mãos do Conselho Supremo de Segurança Nacional e do líder supremo Ali Khamenei.

⛽ Petróleo pode disparar além de US$ 100

Economistas e estrategistas globais alertam que qualquer bloqueio efetivo no estreito pode fazer o preço do barril de petróleo ultrapassar os US$ 100, reacendendo o risco de inflação global, escassez de combustíveis e instabilidade nos mercados financeiros. A Ásia, que depende fortemente do petróleo que cruza Hormuz, seria a primeira a sentir os impactos.

Até o momento, Pequim não respondeu oficialmente ao apelo americano. No entanto, a China é uma das maiores interessadas em manter a livre navegação na região — e já vinha atuando nos bastidores para evitar um confronto direto entre seus parceiros comerciais.

🛡️ EUA sinalizam resposta militar

Rubio foi claro ao afirmar que, caso o Irã avance com o bloqueio, haverá resposta imediata, não apenas dos EUA, mas também da comunidade internacional. A 5ª Frota da Marinha americana, sediada no Bahrein, já foi colocada em alerta máximo para garantir a segurança da rota.

“O mundo não pode ser refém de ameaças unilaterais. O bloqueio de Hormuz não será tolerado”, concluiu o secretário.

Enquanto isso, o Conselho de Segurança do Irã avalia os riscos políticos, militares e econômicos da medida, ciente de que o fechamento do estreito pode isolar ainda mais o país internacionalmente e provocar sanções severas ou até uma resposta armada em larga escala.