Bolsonaristas fazem aliança para a prefeitura do Rio e enfraquecem Crivella

Uma reunião na manhã deste sábado concretizou a criação da chapa encabeçada pelo deputado federal Luiz Lima (PSL) e com a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB) como vice na disputa pela Prefeitura do Rio nas eleições deste ano.

A expectativa é que o PSD, do deputado federal Hugo Legal, que se colocava como pré-candidato, também entre na coligação, prejudicando o plano do prefeito Marcelo Crivella (Republicanos), que busca a reeleição, de se apresentar como o candidato de Bolsonaro no pleito. Tanto PSL quanto PTB e PSD contam com políticos bolsonaristas em suas fileiras.

— As coisas ficaram encaminhadas após esse primeiro encontro de hoje. Há a sinalização dos três partidos de caminharem juntos na eleição carioca, tendo o Luiz Lima como cabeça de chapa e a Cristiane Brasil como vice. Falta ainda o ajuste na executiva nacional do PTB e do PSD — disse ao GLOBO Sargento Gurgel, que preside o PSL no estado.

Por parte da executiva nacional do PSL, a chapa está aprovada, já que o vice-presidente da legenda, Antônio Rueda, participou da reunião e concordou com a aliança. Faltam o aval oficial do PTB, presidido nacionalmente por Roberto Jefferson, pai de Cristiane, e do PSD de Gilberto Kassab.

Tanto o PSL, que tem se reaproximado de Bolsonaro, quanto o PTB de Roberto Jefferson e o PSD do ministro das Comunicações, Fábio Faria, integram a base do governo no Congresso. Com isso, Bolsonaro, que tem feito sinalizações de apoio a Crivella, pode ser instado a adotar uma postura mais neutra no pleito municipal para não comprometer sua governabilidade em Brasília. O senador Flávio Bolsonaro e o vereador Carlos Bolsonaro estão filiados ao partido do prefeito, mas afirmam que a instrução do presidente é não declarar a poio a nenhum candidato no primeiro turno.

O PSL chegou a conversar com Crivella e com Eduardo Paes (DEM), mas uma aliança com o prefeito ou com o ex-prefeito ficou distante por diferentes motivos. Em relação a Crivella, o partido levou em consideração pesquisas internas que mostraram dificuldade no projeto de reeleição. Já no que diz respeito a Paes, o ex-prefeito resistiu a aceitar que o PSL, identificado com Bolsonaro, indicasse o vice em sua chapa, com medo de perder o eleitorado de esquerda e centro-esquerda.