Bolsonaro “chora” ao saber de articulação de ex-aliado com Lula

Lira revelou que o presidente reclamou da aproximação do PP com o PT

O presidente da República Jair Bolsonaro (PL),  que está preocupado com a mudança do Palácio da Alvorada, recebeu a informação que Ricardo Barros , líder do seu governo na Câmara, tem negociado com o PT para levar o PP para a base governista. O chefe do Executivo federal demonstrou chateação e reclamou com Arthur Lira , comandante da Casa de Leis.

Lira tratou a conversa como “choro” de Bolsonaro. O mandatário disse que esperava fidelidade por parte dos deputados e senadores do PL, do PP e do Republicanos. Porém, confesso que percebeu da pior forma que o fisiologismo segue guiando o Centrão.

“O presidente passou a acreditar que teria uma forte bancada no Congresso e faria a maior oposição da história do Brasil. Agora ele está acordando para a realidade. Ele liderará a oposição, caso queira, mas um número bem menor do que a situação. É o jogo da política”, explica um deputado eleito pelo PP.

Barros se tornou peça fundamental nas negociações do PP com o PT. O líder do governo Bolsonaro conversou com lideranças petistas e sinalizou positivamente uma possível aliança com o governo Lula.

Arthur Lira também já demonstrou interesse em compor com o PT. O presidente da Câmara pediu o Ministério da Saúde para que o PP leve, ao menos, 30 deputados para a base governista. Ricardo Barros terá influência para escolher o nome do possível ministro.

“ Lula vai pensar se entrega a pasta para o PP. O PT é contra, mas todos sabem que ter Lira no governo é fundamental para que os projetos do governo saíam do papel”, acrescenta o futuro parlamentar.

Bolsonaro está desiludido

Lira também revelou para aliados que sentiu Bolsonaro desiludido. O presidente da Câmara tem apostado que dificilmente o atual chefe do Executivo federal conseguirá liderar a oposição.

Na avaliação dele, Bolsonaro não digeriu bem a derrota para Lula e não esconde de ninguém que está morrendo de medo de ser preso.  “Ele apenas quer ficar livre”, conclui o aliado.