Bolsonaro, Cid e mais 10 são indiciados pela PF por desvio de joias do acervo presidencial

Caberá agora à Procuradoria-Geral da República decidir se oferece denúncia ou pede o arquivamento do caso

A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, o seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e mais dez pessoas no inquérito que apura o desvio de joias do acervo presidencial. Os crimes atribuídos aos dois primeiros são de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caberá agora à Procuradoria-Geral da República decidir se oferece denúncia ou pede o arquivamento do caso.

Ao longo da apuração da PF, a defesa de Bolsonaro chegou a afirmar que ele agiu dentro da lei” e “declarou oficialmente os bens de caráter personalíssimo recebidos em viagens”. Esses itens, na visão dos advogados, deveriam compor seu acervo privado, sendo levados por ele ao fim de seu mandato.

Decisão do Tribunal de Contas da União (TCU) de 2016, contudo, prevê que objetos de luxo recebidos por autoridades devem ser incorporados ao acervo público do Estado, com exceção de “itens de natureza personalíssima”, o que não inclui joias.

Já o advogado de Cid deu algumas versões do cliente sobre a venda de joias. Em uma das últimas, afirmou que o militar vendeu o Rolex a pedido de Bolsonaro e que o pagamento do relógio foi entregue ao ex-presidente ou à primeira-dama.

Além do ex-presidente e de Cid, a PF também indiciou o general Mauro Lourena Cid, pai do ex-ajudante de ordens, o advogado da família Bolsonaro Frederick Wassef, o também advogado Fabio Wajngarten, e os ex-assessores do ex-presidente Osmar Crivelatti e Marcelo Câmara.