De saída do Partido Social Cristão (PSC) para o Partido Social Liberal (PSL), o “mito dos pés de barro” Jair Bolsonaro (RJ) voltou a fazer barulho na Câmara, acompanhado de um séquito de defensores do militarismo.
Ao anunciar, oficialmente, a filiação ao PSL nesta quarta-feira (7), Bolsonaro protagonizou ato promovido pelo partido na Câmara e, com artilharia apontada contra o “politicamente correto”, afirmou que o ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann, agora titular da pasta extraordinária da Segurança Pública, é um “desarmamentista” e “comunista”.
O deputado presidenciável, ao criticar partidos de esquerda, afirmou que a bandeira brasileira só será vermelha com seu sangue – .
Além de Bolsonaro, o PSL terá outros oito deputados: Eduardo Bolsonaro (SP), Major Olímpio (SP), Carlos Manato (ES), Mandetta (MS), Marcelo Álvaro Antônio (MG) e os delegados Waldir (GO), Francischini (PR) e Éder Mauro (PA).
A expectativa é que a bancada do partido conte com cerca de 20 deputados até o fim da janela.
Já falando como pré-candidato do PSL à Presidência da República, o deputado afirmou que “ditaduras se consolidam depois do programa de desarmamento”, que afirma ter sido feito nos governos FHC e Lula, e que é necessário mudar a questão do armamento no país. Ele também afirmou que a chamada “bancada da bala” aumentará na próxima legislatura e, com o deputado Francischini poderá ser a “bancada da metralhadora”.
“Mais importante que a nossa vida é a nossa liberdade”, disse (veja vídeo abaixo), antes de afirmar que Jungmann é um “desarmamentista e comunista”.
Discurso verde-oliva
Com uma bandeira brasileira na mão, o deputado também afirmou que “só tem um jeito dessa bandeira ficar vermelha, e é com o meu sangue”.
Bolsonaro e os outro oito deputados que passarão a integrar as fileiras do PSL só assinarão as fichas de filiação ao novo partido nos próximos dias, para evitar nulidade na janela partidária que se inicia amanhã (quinta, 8).
As já conhecidas posições do deputado e se seus apoiadores foram recebidas enfaticamente por apoiadores da campanha do deputado à Presidência da República, que encheram o plenário 1 da Câmara dos Deputados.
Pouco antes de o evento começar, pessoas se aglomeravam nas portas da sala.
Antes que o deputado falasse, os presentes pediram para que todos se levantassem para cantar a primeira parte do hino nacional, que defendem que volte a ser cantado nas escolas do país.
O deputado demonstrou emoção ao citar o pai, já falecido, e por cerca de meia hora discursou aos apoiadores. Segundo o deputado, sua candidatura tem apoio de militares e civis, citando o coronel Augusto Heleno, das Forças Armadas, e do astronauta Marcos Pontes que, de acordo com Bolsonaro, o procurou para perguntar o que poderia fazer pelo país caso o deputado fosse eleito presidente.
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Todas as menções às Forças Armadas, Exército e polícias militares eram recebidas com festejos pelas pessoas que acompanhavam o evento.
Bolsonaro, ao chegar ao plenário, foi recebido aos gritos de “mito” e clamores de “presidente”. Apontado como vice da chapa presidencial do deputado, o senador Magno Malta (ES) chegou sob gritos de “vice” e discursou por mais de meia hora.
Antes de tomar a palavra, Bolsonaro convidou o possível vice para fazer uma oração.