Quando era deputado, Jair Bolsonaro chamou o Bolsa Família de “compra de votos” e “voto de cabresto”. Nesta segunda-feira (9/8), Bolsonaro foi à Câmara entregar uma medida provisória que reajusta o benefício em 50{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c} e muda seu nome para Auxílio Brasil.
“Não podemos deixar desassistidos exatamente os mais vulneráveis”, disse Bolsonaro mais cedo a Arthur Lira, presidente da Casa, e ministros, após ressaltar o “viés social do nosso governo”.
Na mesma Câmara, Bolsonaro já fez discursos opostos sobre o programa de transferência de renda. “O governo federal dá para 12 milhões de famílias em torno de R$ 500 por mês a título de Bolsa Família definitivo, e sai na frente com 30 milhões de votos. Realmente, disputar eleições num cenário desses é desanimador. É compra de votos mesmo”, declarou no plenário em agosto de 2010, no fim do segundo governo Lula.
Em fevereiro do ano seguinte, já na gestão Dilma Rousseff, disse o então deputado, também no plenário: “O Bolsa Família nada mais é do que um projeto para tirar dinheiro de quem produz e dá-lo a quem se acomoda, para que use seu título de eleitor e mantenha quem está no poder”. Dias antes, havia afirmado ainda que “cada vez mais, pobres coitados, ignorantes, ao receberem Bolsa Família, tornam-se eleitores de cabresto do PT”.