O ex-governador Sergio Cabral confirmou esquema de lavagem de dinheiro através de notas frias com o Grupo Petrópolis, que inclui a cervejaria Itaipava e concessionárias de veículos, entre elas a Dirija, ao juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal.
Cabral sugeriu ao Ministério Público Federal que ouvisse o empresário Walter Faria sobre os pagamentos de Caixa 2 e propinas. “Pessoa de muita influência. O MP pode querer esclarecer outras circunstâncias”, afirmou.
Durante 18 minutos de depoimento, Cabral reclamou que Ary Filho podia pedir propina em seu nome. Citou uma grande rede de supermercados, mas garantiu que o empresário só ajudou durante as campanhas dele e do ex-governador Luiz Fernando Pezão. “Acho que o Ary pegou dinheiro em meu nome em benefício pessoal. O Ary era um agente fazendário que coloquei como meu assessor pessoal”, revelou. Cabral contou que até um deputado estadual já falecido usava o seu nome para tentar extorquir rede de supermercados que foi vendida para grupo estrangeiro.
Em depoimentos anteriores, Carlos Miranda, operador de Cabral, disse que recebia da Itaipava R$ 500 mil por mês. Segundo Miranda o pagamento era em troca de benefícios fiscais. Além de Cabral e de Sergio de Castro Oliveira, o Serjão, foram ouvidos a mulher dele, Gladys, e Sonia Ferreira Baptista, subordinada a Carlos Miranda.
O Grupo Petrópolis informou, por meio de sua assessoria, que não obteve qualquer benefício fiscal ou financeiro durante o governo de Sérgio Cabral. “A empresa sempre atuou de acordo com a legislação e suas relações com o Estado do Rio de Janeiro foram pautadas pelos critérios de geração de empregos para a região, razão pela qual nunca precisou de qualquer subterfúgio para atuar no Estado”, diz a nota.
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