Centrão envia alerta sobre possível prisão de Bolsonaro: condenação pode sair até julho, dizem aliados

VINÍCIUS SCHMIDT/@vinicius.foto

Lideranças políticas do Centrão enviaram um sinal de alerta ao entorno do ex-presidente Jair Bolsonaro: caso seja condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no chamado inquérito do golpe, sua prisão pode ocorrer até o fim de julho.

Nos últimos dias, caciques do União Brasil e do Progressistas (PP), com forte interlocução no meio jurídico, procuraram aliados bolsonaristas para avisar que a possibilidade de prisão está mais próxima do que o ex-presidente e seu grupo imaginavam.

Embora o núcleo bolsonarista acreditasse que o processo se arrastaria até setembro, a avaliação de políticos experientes é de que o STF pode concluir o julgamento antes disso.

Atualmente, o processo encontra-se na fase de coleta de depoimentos, que, segundo fontes próximas à investigação, está sendo realizada em ritmo acelerado e deve ser encerrada já no início de junho.

Na sequência, o rito processual prevê que as defesas apresentem eventuais novos pedidos de produção de provas, enquanto o Supremo pode decidir por realizar diligências complementares. Após essa etapa, será a vez de o tribunal ouvir os réus individualmente, incluindo Bolsonaro.

Além disso, há ainda os prazos para as alegações finais por parte das defesas e do Ministério Público Federal (MPF). Em seguida, virá a sentença — que, em caso de condenação, abre caminho para a prisão, após a análise de eventuais recursos e embargos.

O alerta feito pelo Centrão preocupa a base bolsonarista, que tem visto os prazos se encurtarem. A possibilidade de uma prisão de Bolsonaro antes das eleições municipais de 2024 também pode alterar significativamente o cenário político, tanto no Congresso Nacional quanto nas urnas.

A expectativa agora gira em torno da movimentação do STF e da estratégia da defesa de Bolsonaro, que busca ganhar tempo e minimizar os danos políticos e jurídicos. Enquanto isso, o Centrão — sempre atento ao termômetro político e judicial — mantém seus recados, ajustando alianças e sinalizando os riscos ao ex-presidente.