Chapa Quente: MP-AM investiga endividamentos das gestões de Arthur Neto, CMM ficará de fora ?

Manaus – AM: Sexta-feira 14/11/24,  Ministério Público do Amazonas (MP-AM) divulgou a extensão das investigações sobre o alto endividamento da cidade de Manaus, com um enfoque particular nas administrações do ex-prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB). O inquérito, em andamento desde 2020, tem como objetivo investigar a origem e o aumento da dívida municipal, que, de acordo com documentos oficiais, passou de R$ 378,4 milhões em 2012 para um alarmante valor de R$ 3,2 bilhões em 2020 – ano em que Virgílio Neto deixou a prefeitura.

O Promotor de Justiça Timóteo de Almeida formalizou a decisão de estender o inquérito, considerando essencial a execução de diligências adicionais para finalizar a investigação sobre a dívida municipal. O inquérito se concentra no período de 2013 a 2020, período em que Virgílio comandou a Prefeitura de Manaus. As investigações foram divulgadas no Diário Oficial do Ministério Público do Amazonas, evidenciando o compromisso da entidade com a transparência e a responsabilidade fiscal.

Os dados são claros e alarmantes: durante a administração do ex-prefeito, a dívida de Manaus quase duplicou, em um período de expansão econômica do país e expansão de recursos federais. Este crescimento acelerado das dívidas, que segundo o inquérito é “exacerbado”, põe em dúvida a administração de Virgílio Neto e suscita questões graves sobre a sua gestão dos fundos públicos. Afinal, como o ex-prefeito permitiu que a capital do Amazonas alcançasse um patamar de endividamento tão alto, sem uma estratégia eficaz para frear esse crescimento?

Embora o ex-prefeito se apresente como um defensor da boa gestão pública e da “herança maldita” deixada por administrações passadas, os números de sua própria administração revelam uma situação completamente distinta. A expansão sem controle da dívida pública de Manaus é apenas o ápice de uma administração caracterizada pela ausência de transparência fiscal e pela incapacidade de gerir as finanças da cidade. Com a elevação das dívidas e a exigência de juros elevados, a cidade, que já lida com graves desafios na infraestrutura e na saúde pública, pode ver sua situação financeira se complicar ainda mais.

Este cenário de dívidas não é somente um sinal de má administração, mas também um aviso para os futuros administradores da cidade, que terão que enfrentar as repercussões de uma gestão que falhou em gerir eficientemente os fundos públicos. A dívida de R$ 3,2 bilhões, apesar de ainda estar sob investigação, é um fardo que a população de Manaus terá que suportar, devido à falta de investimentos em setores fundamentais.