Crise energética: Presidente da Aleam cobra intervenção federal para restabelecer energia elétrica em Manicoré

Presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil) Foto: Reprodução

Manicoré (AM) — O presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), deputado estadual Roberto Cidade (União Brasil), oficializou nesta segunda-feira (27) um pedido de intervenção urgente ao Ministério de Minas e Energia, cobrando soluções imediatas para restabelecer o fornecimento de energia elétrica no município de Manicoré, localizado a 390 km de Manaus. A cidade e diversas comunidades rurais sofrem com apagões frequentes há meses, afetando milhares de moradores.

No requerimento enviado ao ministro Alexandre Silveira de Oliveira, o parlamentar solicita a criação de um plano emergencial de crise elétrica e a implementação de fontes alternativas de energia para suprir as necessidades das comunidades afetadas no interior do Amazonas.

“É inaceitável o que a Amazonas Energia está fazendo o povo de Manicoré suportar há meses. Na semana passada, a empresa informou que só deve restabelecer o serviço no fim de outubro. Quer dizer que Manicoré vai completar quase um ano sem energia elétrica? Isso é inconcebível! O Ministério de Minas e Energia precisa intervir e oferecer, mesmo que de forma paliativa, uma solução para essa população que está sendo tão duramente impactada”, criticou Roberto Cidade, em tom de indignação.

Apagão provocado por rompimento de cabo subaquático

De acordo com a Amazonas Energia, o apagão foi causado pelo rompimento de um cabo subaquático, afetando não apenas a sede do município, mas também diversas comunidades rurais. A concessionária declarou que já iniciou o processo de reparo, com a fabricação de um novo cabo. Entretanto, o prazo previsto para a conclusão do serviço é de 90 a 120 dias, com expectativa de normalização apenas até o final de outubro de 2025.

Essa justificativa, no entanto, não convenceu o deputado estadual, que desde 15 de abril vem denunciando a situação crítica enfrentada pela população. Na ocasião, já eram 15 comunidades diretamente prejudicadas pela suspensão no fornecimento de energia.

“Encaminhamos um requerimento à Amazonas Energia cobrando providências imediatas, mas infelizmente a situação não melhorou; pelo contrário, só piorou”, desabafou Cidade.

Comunidades rurais isoladas e prejudicadas

Entre as comunidades da zona rural afetadas pelo colapso no fornecimento estão: Capanã, Água Azul, Boa Esperança, Democracia, Monte Horebe, Monte Sião, Praia de Nazaré, Santa Maria, Terra Preta, Urucuri, Pandegal, Santa Eva, Vista Alegre e Jatuarana.

O parlamentar reforçou que o problema vai muito além do desconforto: trata-se de um caso grave de violação de direitos básicos. “Estamos diante de uma omissão inaceitável. Um serviço público essencial está sendo negligenciado, afetando diretamente a dignidade da nossa população. Por isso, a Assembleia Legislativa vai agir com rigor e buscar, por meio de ação judicial, a responsabilização da concessionária e a garantia do restabelecimento imediato da energia elétrica”, assegurou.

Energia no interior do Amazonas: um problema crônico

Este episódio evidencia, mais uma vez, os desafios enfrentados pelos municípios do interior do Amazonas, que sofrem com a precariedade do sistema elétrico, a ausência de investimentos estruturais e a morosidade nas respostas das autoridades e empresas responsáveis.

O caso de Manicoré, que já reverbera em nível estadual, coloca em evidência a necessidade urgente de políticas públicas eficazes, com foco na modernização da infraestrutura energética e na proteção dos direitos das populações interioranas.