Declarações de Bolsonaro geram desconforto entre aliados do PSL

As polêmicas falas do presidente Jair Bolsonaro – sejam elas através de declarações, entrevistas ou posts em redes sociais – estão repercutindo negativamente não só entre opositores do governo, como entre integrantes e aliados também.

Internamente, há o consenso de que os posicionamentos impensados de Bolsonaro enfraquecem a fala presidencial, visto que o presidente, muitas vezes, precisa ser reinterpretado por auxiliares e até mesmo pelo vice-presidente, Hamilton Mourão.

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Foi o que ocorreu nesta semana, quando, na quinta-feira (7), o general teve que se posicionar dizendo que Bolsonaro havia sido “mal interpretado” ao declarar que a democracia e a liberdade só existem quando as Forças Armadas querem.

“É preciso evitar o esvaziamento da fala presidencial. Quando o chefe do Executivo fala, tem que ter a mensagem principal do governo. Não deve ter a necessidade de explicações ou correções”, declarou um auxiliar próximo do presidente ao G1.

Somado ao enfraquecimento da fala presidencial e à repercussão negativa da imagem de Bolsonaro, há o fato de que algumas polêmicas causadas pelo presidente acabam por desviar o foco do real objetivo do governo: a reforma da Previdência.

Além disso, o PSL está com dificuldades em consolidar sua base no Congresso Nacional – e posicionamentos polêmicos do presidente podem dividir ainda mais possíveis aliados no Legislativo.

POLÊMICAS RECENTES

Na terça-feira (5), o presidente compartilhou um vídeo em que mostra um ato obsceno como exemplo de depravação carnavalesca, segundo ele. O vídeo recebeu um filtro de conteúdo sensível horas depois e gerou repercussão global. Em seguida, questionou, também pelo Twitter, o que seria a prática sexual do “golden shower”.

A série de polêmicas envolvendo o vídeo resultou na emissão de uma nota oficial da Presidência da República explicando que a crítica de Bolsonaro não foi generalizada à festa do Carnaval.

Na mesma semana, o presidente voltou à carga e disse, de improviso, que democracia e liberdade só existem quando as Forças Armadas querem, na quinta-feira (7).

Também entram na conta as recentes denúncias contra o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, envolvendo-o no caso de supostas candidaturas laranjas no PSL mineiro, durante as eleições de 2018.