Documento mostra que AstraZeneca se negou a negociar vacinas por intermediários

Divulgação / CRMV-DF Laurício Monteiro Cruz foi exonerado após matéria do Jornal Nacional
Mesmo com este posicionamento da farmacêutica, ex-diretor do Ministério da Saúde autorizou que reverendo negociasse doses de imunizantes com empresa americana

A farmacêutica AstraZeneca informou ao governo federal, em janeiro deste ano, que não negociava vacinas por intermediários. A informação é da TV Globo e do portal G1.

De acordo com as matérias veiculadas pelo Grupo Globo, um documento enviado pelo Ministério da Saúde à CPI da Covid mostra que a farmacêutica se posicionou desta forma, pois uma companhia teria oferecido doses de vacina ao governo brasileiro.

“Toda a produção da vacina AZD 1222 durante o período da pandemia é destinado exclusivamente a governos e organizações internacionais de saúde ao redor do mundo, ou seja, não há possibilidade de comercialização da vacina produzida pela AstraZeneca no mercado privado”, dizia o e-mail enviado à Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde e à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Porém, mesmo com este posicionamento da AstraZeneca, no último mês de fevereiro, o então diretor de Imunização do Ministério da Saúde, Lauricio Monteiro Cruz, deu aval para que um reverendo e a entidade presidida por ele negociassem 400 milhões de doses da vacina AstraZeneca, em nome do governo brasileiro, com a empresa americana Davati. A informação foi veiculada pelo Jornal Nacional. Oito dias depois, Monteiro Cruz foi exonerado do cargo.