E agora, Arthur? Acabou sua teogonia!

Manaus – AM: No momento em que tomei conhecimento de que havia fortes denúncias, com gravações de vídeos, que incriminam o honesto Arthur Neto e sua ‘esposa’ Elisabeth Valeiko me veio à mente o poema “José?”, de Carlos Drummond de Andrade:

“E agora, José?/A festa acabou,/ a luz apagou,/ o povo sumiu,/ a noite esfriou, /e agora, José? / e agora, você?/ você que é sem nome, / que zomba dos outros…”

O poema surgiu do nada e, em seguida, a pergunta: “E agora, Arthur?”

Drummond não tem absolutamente nada com Arthur Neto e o contrário também deve ser verdadeiro.

Prefiro Drummond. Não sei se o Arthur Neto tem algum(a) poeta preferido(a).

No Brasil das injustiças e dos justiceiros, o povo conhece mais Arthur Neto que Drummond, e creio que a maioria não conhece o poema “José”.

Independentemente de juiz, procuradora e dos demais operadores do Quadrilhão do Raturzão 50{9028a083913d3589f23731fda815f82dd580307fd08b763e2905f04954bd625c}, sempre tive razões para lembrar o poeta e sua obra. Mas lembrei-me porque esses operadores faziam de tudo para livrar a cara do Arthur Neto e Eleisabeth Valeiko. Sempre davam a desculpa de que eles têm foro privilegiado.

Como a casa ruiu chegou no teu calcanhar por outro caminho, é que se deve fazer a pergunta: e agora, Arthur Neto? E agora, Elisabeth Valeiko?

Na terra de muro baixo (Manaus) da “república de blindagem”, esse senhor e outros mais de súcia et caterva, eram tratados como beatos incorruptíveis ou ignorados.

Arthur Neto e Elisabeth Valeiko, usurpadores do governo, foram citados dezenas de vezes por réus, investigados na operação Boca Raton.

Enquanto a operação Boca Raton corria, o juiz/blindador e a procuradora de justiça compareciam a vários eventos promovidos pelo PSDB ou outros eventos privados, para defenderem os seus interesses e de seus irmãos na Prefeitura de Manaus, foram denunciados ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e ao CNMP.

Por conveniência política, muitas vezes Arthur Neto citou Drummond, por isso volto ao poema “José”:

“Sozinho no escuro/ qual bicho-do-mato, / sem teogonia, / sem parede nua / para se encostar, / sem cavalo preto / que fuja a galope, / você marcha, José! / José, para onde?”

Você marcha, Arthur. Arthur, para onde? Que tal fazer companhia para sua esposa?

Colaborou JGC