Por JG
A pré-campanha ao governo do Amazonas já saiu dos bastidores — ainda que timidamente — e começa a ganhar contornos mais definidos. Prova disso é o recente movimento do prefeito de Manaus, David Almeida, que tem intensificado reuniões estratégicas com representantes do Governo do Estado e, surpreendentemente, com conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM).
A presença de membros da corte de contas em articulações políticas levanta questionamentos sobre os limites institucionais entre quem fiscaliza e quem governa. Mas, em terras barés, o que deveria causar estranheza já se naturalizou.
David Almeida, atento ao xadrez eleitoral, ouviu acenos que soam como música aos seus ouvidos: querem vê-lo na disputa pelo governo do Amazonas em 2026. A conversa evoluiu, e o nome do deputado estadual Roberto Cidade foi colocado na mesa como vice ideal — sugestão que partiu de um conselheiro do TCE-AM. A indicação não é à toa. Cidade é peça estratégica, com trânsito na Assembleia Legislativa e afinado com grupos que orbitam o Tribunal.
Mais grave, porém, é o suposto acordo que beneficiaria parlamentares ligados a esses conselheiros com “tratamento diferenciado”. Em outras palavras, há uma costura para que o apoio político tenha retorno prático — o velho toma-lá-dá-cá de sempre, ainda que mascarado de “aliança programática”.
Se confirmada, essa aproximação entre Prefeitura, Governo, Assembleia e Tribunal de Contas não é apenas preocupante: é o prenúncio de um projeto de poder onde as instituições trocam seus papéis por conveniência eleitoral.
A eleição de 2026 já começou — e começa mal.