Preso desde outubro de 2016, o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha reativou suas redes sociais na manhã de 6ª feira (17.ago.2018) com a publicação de uma “carta à nação brasileira”.
Sua última postagem no Facebook, por exemplo, havia sido em 16 de setembro de 2016.
No texto postado por sua equipe, Cunha critica o STF (Supremo Tribunal Federal) e o STJ (Superior Tribunal de Justiça) por não julgarem pedidos de habeas corpusapresentados por sua defesa. O responsável por abrir o processo que resultou no impeachment de Dilma Rousseff também disse que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “tem direito de ser candidato, pois quem deve julga-lo é a população”.
O ex-deputado, inclusive, compara-se a Lula ao dizer que os 2 são “troféus políticos da República de Curitiba”, em referência ao apelido atribuído à força-tarefa da Lava Jato que atua no Paraná.
No primeiro dia de campanha, presidenciáveis focam nas redes sociais
Cunha dirige a crítica ao STJ mais especificamente ao ministro Rogerio Schietti. Diz que o magistrado não pauta seus pedidos de habeas corpus, mas foi célere decidir pela soltura de dono da JBS, Joesley Batista. Schietti foi relator de recurso em decisão que substituiu a prisão preventiva dos irmãos Batista por medidas cautelares em fevereiro deste ano.
A crítica mais forte ao STF é dirigida ao ministro relator da Lava Jato Edson Fachin. O ex-deputado diz que o ministro age “impedindo o julgamento de diversos habeas corpus, manobrando os processos para obter resultados que atendam ao seu desejo e ao desejo da organização política do Paraná, o seu Estado”.
Cunha ainda se diz “vítima de uma perseguição” por ter sido responsável pelo impeachment que retirou a ex-presidente Dilma Rousseff e o PT do poder. O ex-congressista alega inocência e afirma ter sido condenado sem provas, com base exclusivamente em depoimentos do delator Lúcio Funaro.
ELEIÇÕES 2018
Na carta, Cunha também comenta as eleições de outubro. Defende a candidatura de sua filha mais velha, Danielle Cunha (MDB), ao cargo de deputada federal pelo Rio de Janeiro. Afirma que o MDB “tem os melhores nomes e vai eleger a maior bancada na Câmara dos Deputados e no Senado Federal”.
Diz ainda que o candidato do partido à Presidência, Henrique Meirelles, é o mais preparado e critica os concorrentes “contumazes, que trocam de legenda, mas não trocam de ambição“. Meirelles trocou o PSD pelo MDB em abril para disputar a candidatura do partido ao Planalto.
Eis a íntegra da carta: